segunda-feira, 17 de abril de 2023

O Jeep MB e GPW mês a mês - Parte 4/12

Continuando a série, neste post mostraremos alguns dos principais marcos de produção e evolutivos do Jeep 1/4 ton 4X4 da segunda guerra mundial, que marcaram os meses de abril no período 1942 a 1945.

Em abril de 1942, a Willys Overland já estava produzindo e enviando jipes para o Canadá, Rússia e China. Também neste ano e mês, ocorreu o primeiro pico produtivo do Jeep Ford GPW, quando ultrapassou a marca de 10.000 unidades em um único mês, com exatas 11.195 unidades. Outro pico semelhante somente ocorreria mais uma vez, em julho do mesmo ano. Foi a maior produção registrada em apenas um mês, maior inclusive que os outros nove picos registrados para o modelo Willys MB, por exemplo.

Em 1942, o grupo de filtros (Filterretes) para supressão de ruídos e interferências de rádio-comunicação foi modificado, a partir do número de série 137916 do Willys MB, para um grupo que tinha a cobertura totalmente removível, possibilitando melhorar o acesso às conexões. A nomenclatura desse grupo de filtros também foi alterada de A-1517 para A-5980.

Abril é o mês, dentro de cada ano produtivo, que encerra os chamados modelos de produção "early" (iniciais).

Depois de abril de 1942 (serial number MB 137760), o marcador luminoso do velocímetro passou a ter intervalos de 1 m.p.h (milhas por hora). Também o marcador de nível de combustível passou a mostrar a escrita FUEL ao invés de GAS.

Ainda em 1942, abril, mais ou menos a partir do SN MB 137916, houve a mudança nos cilindros de freio traseiros de 7/8" pol. para 3/4" pol. A partir do SN MB 137909, o travamento da tampa do porta-luvas adota um novo padrão.

A grade estampada, que se tornou padrão do Jeep da segunda guerra, foi inicialmente desenvolvida pela Ford e após, adotada pela Willys  a partir de março de 1942, e deu fim ao seu modelo Slat Grille. Porém, o que pouca gente sabe, é que esta grade padrão era produzida na verdade, pela American Forge and Socket Co., uma fornecedora da Ford. Tanto no Willys como no Ford, esta grade inicialmente, até abril de 1942, não apresentava a pequena depressão central na parte superior da borda. A pequena depressão central foi adotada porque o capô estilo Ford tinha uma linha divisória (emenda) central cuja dobra era voltada para baixo e afilada, de tal maneira que chegava a cortar a proteção de tecido fixada na borda superior da grade, que servia como anti-ruído. Com essa depressão, a linha central encaixava-se ali com certa folga e possibilitava então resolver o problema e que qualquer modelo capô, Willys ou Ford, pudesse ser instalado.

Em abril de 1943, o motor, a partir do engine number 288835 teve mudança na cabeça do cilindro, que adota prisioneiros e porcas ao invés de parafusos.

Até abril de 1943, o cabeçote do motor Go Devil ainda não ostentava o letreiro WILLYS em relevo, na parte plana superior. E apenas após abril de 1944 foi adicionado o letreiro JEEP em relevo.

Em 1943 também houve nesse mês a mudança para medidores à prova d'água e o orifício de ventilação da base da bomba de combustível é removido. A caixa de direção é redesenhada.

Em abril de 1943 também, o Departamento de Pesquisas da Willys compilou um relatório, apresentado em 19 de abril, sobre constatações de compatibilidades e incompatibilidades verificadas após uma extensa inspeção pós-desmontagem de 2 Jeeps, um Ford e um Willys. Em comparação, por exemplo, o peso de um Ford era 3 libras maior que um Willys (2.340 lbs), incluindo-se todas as ferramentas, capota e suas partes laterais, estepe... O motor, seja completo ou sem a transmissão acoplada, era mais leve 10 libras, no Ford.

Em abril de 1944, são instaladas presilhas embaixo do banco do caroneiro, para fixação do cilindro do descontaminador.

Até abril de 1944 ainda não eram instalados, no MB ou GPW, o suporte para guia de lubrificação, no lado esquerdo da parte interna do capô do motor. Também até esse período, a capota de lona e suas cortinas (quando necessárias) ainda eram oferecidas normalmente, mas após, devido à escassez de lona, não eram mais fornecidas.

MB Serial Numbers ABRIL

1942 - 132xxx a 140xxx

1943-  222xxx a 230xxx

1944 - 319xxx a 327xxx

1945-  430xxx a 438xxx

GPW Serial Numbers ABRIL

1942 - 15001 a 78146 (Contrato F-2). Porém, ainda em abril de 1942, 3.884 unidades ainda foram produzidas sob o contrato F-1 (SN 11.116 a 15000).

1943 - 105233 a 111169 (Contrato F-4) - 5.936 unidades

1944 - 191016 a 196565 (5.549 unidades)

1945 - 260812 a 266013 (Contrato F-5) - 5.201 unidades

sábado, 1 de abril de 2023

4º ENCONTRO NACIONAL WILLYS

No último final de semana do mês de Março de 2023, nos dias 24, 25 e 26, realizou-se na cidade serrana de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, a quarta edição do Encontro Nacional de Willys e derivados. 

Em uma das regiões turísticas mais visitadas e bonitas do Brasil, o Centro Municipal de Eventos recebeu centenas de veículos da marca Willys e derivados, como os Jeep e Rural Ford, Jeep Kaiser e Gordini (fabricado sob licença da Renault). O evento já consolida-se como o maior da marca no Brasil, e um dos maiores do mundo, pois reúne a cada edição mais de 100 veículos da extinta marca americana e da Ford, que produziu veículos originários da Willys. 

Breve retrospecto da marca:  evoluindo ao longo do tempo, a Willys Overland foi adquirida pela Kaiser-Frazer em 1953 e sendo parte do grupo, teve o nome alterado para Willys Motors, e em 1963, para Kaiser Jeep. No Brasil, no entanto, com participação acionária da francesa Renault, foi denominada Willys Overland do Brasil S.A., sendo seu controle acionário adquirido e consolidado em 1969, pela Ford do Brasil, quando houve a fusão das marcas e a denominação breve de Ford-Willys, extinta em 1971.

Por isso, vários veículos utilitários e de passeio, como a luxuosa linha Aero/Itamaraty e o popular Dauphine/Gordini estiveram expostos, sendo prova da versatilidade e sucesso da linha originária do clássico Jeep da Segunda Guerra Mundial.

Com aproximadamente 150 inscrições, estiveram expostos 117 unidades. Fato que confirma o sucesso do evento nacional, pois não é fácil atualmente reunir tantos veículos de uma marca que se consolidou como produtora de veículos utilitários, para a paz e para a guerra, e cuja "idade" da maioria já ultrapassa os 50 anos de fabricação.

Foi um encontro de raridades, com o foco na originalidade, mas que também recebeu exemplares modificados (e com muita qualidade) , já que o Jeep ainda é um dos preferidos para a prática off-road no Brasil.

Estiveram presentes também pessoas muito especiais para a história da marca, num momento raro para se aprender e compartilhar conhecimento. Não vamos citar nomes para não corrermos o risco de esquecer alguém ou sem intenção, cometer injustiças, mas sem dúvida não poderíamos deixar de citar o Sr. Hugo Vidal, que esteve presente no evento.

Vidal participou de uma verdadeira aventura junto com outros 2 companheiros, todos escoteiros brasileiros, a bordo de um Willys CJ-3B. Eles partiram de São Paulo, em 1955, para o Canadá, a fim de participarem do maior evento mundial escoteiro que seria realizado lá, e depois, para o Alaska, percorrendo mais de 73.000 km ida e volta.

De organização primorosa, o espaço atendeu muito bem os expositores e visitantes, onde todos estiveram em área coberta. Houve também espaço para Camping, muito bem estruturado, e que foi ponto de encontro para confraternização. Área de alimentação, com chope de muita qualidade e claro, espaço para brick de peças e artigos antigos, mas também para acessórios e equipamentos, brinquedos e souvenirs. Show de bandas e artistas solo, ou seja, tudo o que um bom evento deve ter.

Pontos altos do evento, entre outros, foram a moenda de cana para guarapa, tocada pela PTO (Power take-off) de um reluzente CJ-5 1961, a palestra do Sr. Hugo Vidal e a premiação dos veículos destaque. Claro, pessoalmente, cada um dos participantes guardou no coração e na mente os seus momentos especiais. Quem não foi perdeu certamente um grande evento. Mas o próximo já tem lugar definido: será em Cascavel, Paraná, em data que no momento desta postagem, ainda não havia sido definida.

O blog jeepguerreiro teve a honra de poder participar como expositor e da equipe de avaliadores, tarefa nada fácil, dada a quantidade de unidades de qualidade.

Nestes eventos nacionais, no caso em um Estado da Federação localizado no extremo sul do país, sempre é uma façanha aqueles que chegam rodando desde sua terra natal, ainda mais de Jeep, que são veículos com características voltadas ao fora-de-estrada. Nesta Edição tivemos dois jipeiros raiz que percorreram mais de 2.400 km ida e volta, vindos de São Paulo (Ângelo Meliani e Marcelo Prado). Também tivemos pessoal que partiu de Cascavel e percorreu 830 km. Outros, de Santa Catarina, também rodaram mais de 500 km, e por aí vai.

A cidade gaúcha de Flores da Cunha teve um número expressivo de expositores, com aproximadamente 40 veículos identificados.

No total da exposição, predominou o modelo civil Jeep Universal CJ-5 brasileiro (incluindo 2 CJ-6), entre originais e preparados, mas o número de viaturas militares 1/4 ton Jeep impressionou e foi um espetáculo a parte. Onde reunir , por exemplo, 05 dos melhores Jeep M-38 do Brasil, ou 02 raros MB Slat Grill 1941? Ou então um raro Hotchkiss (similar ao MB, era fabricado sob licença na França, no pós-guerra). E perfilando-o, mais outros 08 jipinhos da época da Segunda Guerra Mundial, todos de um alto padrão de restauro e conservação, inclusive um de 1945, que nunca foi restaurado!

Jeep canhoneiro haviam dois, nacionais, mais jipes equipados com metralhadoras, com rádios de comunicação que funcionavam, enfim, a temática estava bem representada. Estavam presentes até mesmo o Sargento Tainha e o cabo Jonas! (dois bonecos temáticos expostos junto a dois Jeep)

Unidades do primeiro ao último modelo Aero-Willys feitos no Brasil (no caso uma versão do Itamaraty Ford) estiveram presentes. Três CJ-6, um 2 portas e outro reluzente 4 portas (Bernardão) se destacavam , mas um preparadão 4 portas também fez bonito.

Dois dos primeiros modelos Jeep civis importados ao Brasil, o CJ-2A 1946, estavam lado a lado.

Uma dezena do modelo Jeep militar brasileiro do início dos anos 80, que é popularmente conhecido como U-50 , estavam expostos. 

Duas Pick-ups Truck 1951 americanas, conhecidas como picape bicudinha, estavam lá para deleite dos curiosos que ainda não tinham visto ao vivo este raro modelo. Uma das primeiras versões da picape Willys brasileira, também estava lá, ano 1962. Assim como 03 Rurais nacionais "bicudinhas" do final dos anos 50, sendo uma versão especial de Brigada de Incêndio, e todas vieram rodando!

Dos primeiros CJ-5 produzidos aqui, tínhamos 02 unidades 1957, assim como umas das últimas unidades produzidas no Brasil, um Ford 1983. 

Enfim, um grande evento e momento para os amantes dos WILLYS e derivados.

Agora chega de papo e vamos ver algumas fotos, feitas por expositores.

















Sr. Hugo Vidal, autografando seu livro sobre a Operação Abacaxi






























































 
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