domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ford MUTT M151 Primeira Parte



         Embora o “cavalo de batalha” da guerra no Vietnã tenha sido o helicóptero, especialmente os Bell UH-1 “Hueys”, que foram uma espécie de símbolo daquele conflito, o jipe M151 MUTT foi o veículo militar utilitário 4x4 americano padrão da época. Ao vermos um MB logo lembramos da Segunda Guerra Mundial, um M38 ou M38A1 nos lembra a Guerra da Coréia, e o MUTT logo nos vem à tona a Guerra do Vietnã. Muitos M38A1 e M606A1 foram utilizados também, mas em menor número naquele conflito.
      O MUTT (Military Utility Tactical Truck) 151 foi pensado e teve o desenvolvimento de seu projeto antes mesmo do lançamento do famoso M38A1 ( que deu origem ao CJ-5 civil) em 1952. Porém somente em 1959 teve início sua produção em massa, e em 1960 o contrato definitivo foi assinado com as Forças Armadas Americanas.
      O MUTT M151 foi projetado pela Ford Motor Co. ainda em 1951, seguindo as orientações do OTAC , Ordem de Comando Automotivo do Exército norte-americano, que tinha a intenção de substituir o M-38 (projetado às pressas para substituir os MB antes da chegada dos novos M38A1) e os nem lançados ainda M38A1, fato que torna a história oficial mal contada na verdade, pois os M38A1 foram amplamente aceitos. O projeto também teve inspiração no DKW MUNGA Alemão, um pequeno Jeep Militar  com motor 3 cilindros de 2 tempos que no Brasil era conhecido como DKW Candango.  Na minha opinião a Willys saiu na frente com um bom projeto e o lobby da poderosa Ford  funcionou ao tentar impor um novo projeto concorrente pois não queria ver novamente a Willys assumir a dianteira na produção dos utilitário 4x4 para as Forças Armadas. Mesmo sendo um excelente projeto, em teoria muito superior ao da Willys, passaram-se 7 anos entre a concepção e a homologação do MUTT M151 como Veículo Utilitário Padrão, em 11 de julho de 1957. Já o M38A1, nessa época, foi reclassificado então como “Padrão Limitado”.



     De fato os MUTT eram superiores ao M38A1 e seus antecessores em muitos aspectos, principalmente em aspectos como desempenho, espaço para carga, maneabilidade, sistema de direção, além do peso menor e conforto superior. O projeto também se apresentou muito atraente aos militares, fruto da maior experiência da Ford e  confiança que desfrutava junto a eles.
    O projeto se sustentava em 3 questões principais. A primeira era que a carroceria monobloco podia ser construída com ferramentas menos sofisticadas, possibilitando a produção em países do terceiro mundo onde os custos deveriam ser levados em consideração.
   A segunda questão era que o desenho da carroceria fornecia uma robustez superior ao conjunto para operar em diversos ambientes hostis encontrados na maioria dos países do terceiro mundo.
   A terceira questão era decorrente das duas primeiras, sendo que com custos menores de fabricação e manutenção aliados à robustez permitiam aos países aliados de terceiro mundo aumentarem suas frotas militares, sendo uma opção bastante rentável de viatura militar.





     Vários veículos experimentais foram desenvolvidos e avaliados, incluindo versões de chassi/carroceria separadas, versões em alumínio, tipos de eixos. Em maio de 1952 saiu o primeiro protótipo, em junho mais três unidades foram testadas por 48.000 km quando então sofreram alterações e ajustes e designadas como XM151, sendo entregues seis protótipos já alterados em junho de 1954 para rodarem mais de 185.000 km em testes nos campos de prova nas mais variadas condições de tempo e terreno que só terminaram no início de 1956. Nesses testes, em 1955 no Canadá, em Fort Churchill, sob temperaturas abaixo de 45°C os protótipos se saíram tão bem quanto os da Willys.
     Em março do mesmo ano iniciaram-se os testes com os ajustes necessários e apresentados 2 modelos com carroceria e chassi em alumínio e outros dois em aço. Os protótipos de alumínio (XM151E2) eram cerca de 125 kg mais leves e pareciam que iam resolver o problema de peso que vinha incomodando desde os tempos do projeto do M38A1. Porém antes mesmo de completar os 12.000 km de testes programados, somente com 4.880 km já apresentaram inúmeros problemas de rachaduras em toda a carroceria e suas estruturas ocasionando o fim dos referidos testes em 13 de agosto de 1957, onde após todas as avaliações constatou-se que as modificações e correções necessárias seriam muito dispendiosas e alterariam em demasia o projeto do veículo.
     Já o modelo em aço (XM151E1) se saiu muito bem , sendo 15% mais leve que os M38A1 da Willys sem prejuízo no desempenho geral, passando inclusive nos testes com armas usuárias e rodando quase 50.000 km antes de ser aprovado o início de produção em massa.







     A versão final aceita pela OTAC era uma unidade de carroceria monobloco, suspensão independente nas 4 rodas, sistema elétrico 24 volts impermeável, tração em 2 ou 4 rodas com caixa de 4 velocidades a frente e 1 a ré. A 1ª e a Ré foram projetadas para se igualarem às relações de reduzida encontradas nos M38A1 e seus antecessores incluindo os MB/GPW. O motor era um 4 cilindros 2.319 cc  refrigerado à água com 65 hp a 4.000 rpm e torque de 12,8 lb a 1.800 rpm. e movido a gasolina, ajudava o MUTT a atingir uma velocidade máxima, em 4ª marcha, de 88 km/h (55 mph).
    Por incrível que pareça, após o início da produção em massa em fins de 1959, começo de 1960, os problemas começaram a aparecer.... (os testes serviram para quê então eu me pergunto, ou o lobby da Ford funcionou novamente?)



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Encartes Willys


Acima, encarte Willys para 1965, ano de importantes inovações. na linha. Abaixo, a linha 1963.

 
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