terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Jeep CJ-5 1957 "patrimônio de família"

Este Jeep é muito interessante, nunca foi restaurado, embora a pintura não seja a de fábrica, mas possui ainda muitos detalhes originais. É um modelo 1957, ainda importado , mas montado no Brasil, com carroceria americana e motor idem. É o velho Hurricane 4 cilindros . A placa era para ser do ano, mas o despachante não cumpriu o prometido e só conseguiu uma com o número 1960, segundo conta, indignado , o dono.

Apesar da idade, ele roda quase que diariamente nas mãos de seu dono, o Sr. Vilson, comerciante de peças automotivas (inclusive de Jeep) e apreciador de autos antigos. "Ele está na família desde 1979", conta, orgulhoso, o proprietário. Seu antigo dono (antes dele) o havia comprado para ir esporadicamente em seu sítio, mas vendo que a estrada não era tão ruim e não se acostumando com a direção com muita folga, graças ao sistema original (anterior ao brasileiro, com rolamentos) resolveu colocar a venda o Jeep. O pai do Sr. Vilson, atual dono, procurava por um Jeep econômico e barato (algo que na época era possível) e encontrou este ano 1957. Viu, gostou e comprou. Dos outros quatro que já teve, só restou este na família, me conta o Sr. Vilson.
Alçapão de ventilação? Originalmente não. Tampa herdada dos modelos militares M38A1, para dar acesso às duas baterias de 24 volts.

Vejam os detalhes do tapete ainda original da Willys.


Abaixo, detalhe do pneu traseiro ainda original, modelo para uso em serviço do Exército americano.

Abaixo as plaquetas originais só existentes nos modelos com carroceria americana, com número de série e patentes registradas.

Pedais de formato retangular. Os redondos só viriam em 1960.


Motor Hurricane, 4 cilindros. Originalmente o bloco era preto ou verde, conforme taxa de compressão. Notem o reservatório do fluido de freio, herdado da Rural.


Limpador de para-brisa a vácuo, ainda funcionando.

Acima, outro detalhe da carroceria herdado dos M38A1 : ressalto onde era fixado o suporte do retrovisor nos modelos militares.

No capô, recorte para tubulação de snorkel, outro detalhe dos modelos militares.

Vejam como a parede corta fogo tinha diferenças em relação ao brasileiro, como a tampa parafusada e os "buracos".

O capô possuía uma presilha de tamanho maior e localizada mais à frente em relação à carroceria nacional. Existem outras diferenças, como a travessa dianteira do chassi, parte interna da grade, eixos e diferenciais Dana 30 menores que os Dana 44.

Os modelos de 1955 a 1957 possuem características externas marcantes, como o recorte redondo dos paralamas traseiros com o rebaixo logo acima deles (era para fixar o suporte metálico do cajado da capota do modelo militar), os relevos ao redor do bocal do tanque e os outros já citados. A cor original desse Jeep era um verde claro.
Meus agradecimentos ao Sr. Vilson e à Valduga Autopeças pela atenção e disponibilizar o Jeep para as fotos.

sábado, 22 de janeiro de 2011

CJ-5 brasileiro vai conhecer o Líbano

Na foto acima um registro do momento em que um CJ-5 provavelmente 1963, é preparado para ser exportado para o Líbano. Na foto aparecem o Sr. Adriano Júlio (á esquerda), do departamento de Imp. e Exp. da WOB e o Sr. Cabral, responsável pelo setor que entregou o Jeep para o Sr. Adriano. Reparem no pátio lotado de CJs e Pick-ups Jeep. Lembrando que as capotas e banco traseiros eram itens opcionais, como lembrado pelo ex-funcionário da WOB. Reparem também que este CJ-5 exportado para o Libano apresentava a roda livre automática, só apresentada no modelo brasileiro como item de série em 1967. Nota-se a falta também do limpador de para-brisa do lado do passageiro. O para-brisa não era escamoteável (vidro ventilante) o que reforça a data da foto, pois este item passou a ser oferecido como opcional a partir de 1964 nos modelos civis, pois os CJ-5 militares saíam todos com o para-brisa ventilante.
Abaixo, segue recorte da matéria exibida no jornal Folha de São Paulo a respeito do evento, onde aparecem o mesmo Jeep e novamente o Sr. Adriano.



A foto acima também é do acervo do Sr. Adriano Júlio. Retrata um Aero-Willys 0 km, modelo 1963, embarcando num avião C-86 na Base Aérea do aeroporto de Cumbica. O destino não é sabido pois o Sr. Adriano não o lembra, mas certamente era para o exterior.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Jipeiros auxiliam as vítimas do desastre na região serrana do Rio de Janeiro


Esse é mais do que um post, é uma utilidade pública!
É nas horas difíceis que os nossos valentes jipes mostram que são muito mais que um veículo. Junto com outros modelos de viaturas 4x4 e 6x6 passam por caminhos onde outros tipos de veículos não ousam chegar. Graças à iniciativa de proprietários , estão prestando um valoroso serviço na missão de auxiliar os desabrigados da catástrofe ambiental que assolou a região serrana do estado do Rio de Janeiro.
Hoje, um grupo do Imperial Jeep Club de Petrópolis, RJ, e amigos partiram com mais de 10 Jipes e um caminhão militarREO 6X6 lotado de mantimentos para a região de São José do Vale do Rio Preto, ex 5º distrito de Petrópolis. Lá não existe comida nem para comprar e nem água potável para beber. Levaram cerca de 300 "quentinhas " e muita água potável.
Também soube que o pessoal do CVMARJ está se organizando.
Os veículos 4X4 estão sendo bastante solicitados. Para quem puder e quiser ajudar, seguem os telefones de Nova Friburgo:

Secretaria de Assistência Social de Nova Friburgo: 22 2522-5278 / 22 2543-6305



segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

"Jipe de Rico pode, Jipe de pobre não?"

Artigo retirado do site do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, publicado posteriormente no blog praiadexangrila.com.br em 16 de novembro de 2010 e que agora reproduzo, por ser assunto de interesse dos leitores deste blog.

O título deste post também não é de minha autoria.


O Ford Rural Willys pode ser considerado um jipe? Essa foi a questão central de recente matéria apreciada pela 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, em apelação cível interposta pelo Ministério Público e pelo Estado de Santa Catarina contra o proprietário de um veículo daquela marca, cuja transferência foi negada pelo Detran de Curitibanos, sob a justificativa de estar equipado com motor a diesel, em desacordo com a legislação nacional.

A lei permite tal motorização apenas em veículos com capacidade de carga superior a uma tonelada, ou ainda naqueles considerados da categoria ‘jipe’. Para o deslinde da questão, o desembargador substituto Ricardo Roesler, entre outros argumentos, adotou as razões de decidir do magistrado de 1º Grau o qual, considerou, foi preciso em sua avaliação, ao afirmar que a Rural em nada difere dos modernos veículos importados com propulsão a diesel, como é o caso do Mitsubishi Pajero, Land Rover, Nissan X-Terra, Troller e outros, todos tidos como jipe, com tração 4×4, para uso urbano, em asfalto e em condições bastante adversas.

“Em havendo similares, de luxo, diga-se, movidos a diesel, que beneficiam a classe de consumidores de melhor poder aquisitivo, mister apelar para o princípio maior da isonomia, para dar tratamento idêntico a situações idênticas, afastados preciosismos injustificáveis, a exemplo da prenominação jipe ou jeep no certificado de registro do veículo”, registrou no acórdão.

O veículo objeto da discórdia foi fabricado em 1975, anteriormente à permissão para jipes movidos a combustível diesel, é dotado de tração 4×4, pode receber guincho e tem a possibilidade de eventual adaptação para o transporte de até nove pessoas. A decisão, unânime, garantiu a transferência de propriedade do veículo, uma vez que a alteração de sua motorização já havia sido acolhida anteriormente pelo Detran de Xanxerê. (Apelação Cível n. 2010.013547-6)

(Fonte: TJSC).

sábado, 8 de janeiro de 2011

Olá pessoal.
Para o primeiro post do ano de 2011 escolhi a foto acima, por tratar-se de uma foto muito rara, de propriedade particular, feita por funcionários da própria Willys. É uma foto histórica, retrata o momento do embarque das 150 unidades de Pick-up Jeep Militar, mais conhecidas por F-85, para o Exército Português, no início dos anos 1960, muito provável em 1962. Ela foi remetida a mim por um ex- funcionário da Willys, do Departamento de Importação e Exportação em São Bernardo do Campo, que cuidou pessoalmente dos documentos necessários para o embarque, no porto de Santos, SP. Trata-se do Sr. Adriano Augusto Júlio, que inclusive aparece na foto (primeiro à esquerda). Ele entrou na WOB em 1958, seu primeiro veículo foi, adivinhem..... um Jeep CJ-5.
Aguardem, em breve mais fotos históricas de propriedade do Sr. Augusto Júlio.

 
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