sábado, 27 de junho de 2015

Kaiser Jeep M606A3 no EB?

 Vários Jeep  esperam seu destino final. Alguns serão salvos ou servirão de doadores de peças. Outros virarão sucata para sempre. Tudo bem, existem várias fotos desse tipo de cenário, mas, opa, o que é isso aí embaixo? Seria a carroceria de um CJ-5? Um M38A1? Um 5224 brasileiro(Jeep Universal)?Os primeiros Jeep IKA argentinos?
 Nenhum deles, tecnicamente falando, ou a mistura de todos, praticamente. As fotos comprovam que em algum momento, nosso glorioso Exército Brasileiro utilizou, e por muito tempo a julgar pelo padrão atual de pintura e o buraco circular no lado esquerdo para o Amperímetro que vinha somente nos modelos 24 volts do M606A3. Pois, note-se, o painel sem portaluvas e de menor altura que os M38A1 por exemplo, a coluna de direção idêntica ao CJ-5, portanto não trata-se do modelo argentino, mas nem mesmo do nosso modelo nacional. A tampa traseira, ou melhor a ausência dela, muito parecida com o M38A1, mas está lá o suporte de capota que naquele não tem, mas no M606A2 e A3 sim.
 A travessa dianteira do chassi, que suporta a grade do radiador e as laterais, em perfil fechado também denunciam que não trata-se de modelo nacional. Lembrando que os M606A2 e A3 começaram a ser produzidos em 1965, nos EUA, para exportação (ver postagens de outubro de 2011 neste blog) fato que descarta ser um modelo nacional pré 1958. Ah, e o motor Hurricane aparece ali. Uma das cores dele era azul, para compressão normal (standard) e verde claro, por isso não estranhem. Preto era para alta compressão e Verde Oliva (olive drab) para os M38A (consultem Derek Redmond).Vermelho, na verdade, só o BF-161.
Muito interessante  essas unidades de M606A2 e A3, principalmente, usados no E.B. Como e quantos vieram? Como, eu posso até cogitar, mas seria apenas uma probabilidade. Já quantos vieram, é um mistério.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS FORD-WILLYS

O ano: 1970. O país: Brasil. 
Naquela época, com pouco mais de 11 anos de indústria automobilística, exportar veículos era bastante comemorado e diferentemente do que é hoje, a prioridade era o mercado interno, que estava ainda longe de estar saturado. 
No início da década de 1970 o Governo brasileiro começou um programa de exportações, com incentivos como isenção de toda a carga tributária e segundo relato do Diretor da Puma na época, também era possível conseguir capital de giro a juros mais baixos nos bancos comerciais com a publicação da Portaria 71 do Banco Central. 
Houve até um temor de que faltasse veículos para o consumidor brasileiro, mas uma lei obrigava as indústrias a destinarem 60% de sua produção ao mercado interno.
Outro detalhe era que o número de unidades exportadas era irrisório, comparado com o que é atualmente. Proporcionalmente, a Puma foi a que mais exportou. Em 1970, produzia 30 carros por mês e chegou a exportar 24 unidades em 04 meses: 02 para os EUA, 03 para Portugal, 05 para a Bolívia, 05 para o Uruguai e 09 para a Espanha. A Volkswagen exportava peças DKW para reposição à Argentina e começara a vender para o Uruguai 300 unidades do Fusca (Sedan 1300) e as Kombi, assim como havia mandado naquele ano os modelos Variant para exame na Venezuela e México. A GM fechara um contrato com a Bolívia mas seu principal mercado era a África do Sul, porém enfrentava o problema da direção do lado direito naquele país, e estudava se o volume compensaria os custos de adaptação. A Ford-Willys (era assim que denominava-se na época) também exportava "em ritmo acelerado". Em abril de 1970 enviou ao governo uruguaio 30 unidades das F-75 versão Ambulância, 05 da versão fechada (Furgão) , 04 Rurais e um Jeep com capota de aço. Bolívia, Guatemala, Paraguai e El Salvador eram outros países importadores dos veículos utilitários Ford-Willys. Também eram enviadas peças fundidas e estampas para a matriz nos EUA e filiais da Ford no exterior.
Como nota-se, eram números nada comparáveis aos de hoje, mas eram a realidade da época, haja vista que nossa indústria automobilística estava ainda amadurecendo.
Naquele ano, de janeiro a abril, a Ford-Willys foi a terceira montadora brasileira de veículos em número de unidades produzidas, com 26.635. A primeira era a Volkswagen, seguida pela General Motors. Porém, a Ford-Willys foi a únicas das três que diminui sua produção naquele período, quando houve uma redução de 2.826 unidades.

Fonte: Revista QR Junho de 1970.
 
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