quarta-feira, 10 de junho de 2015

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS FORD-WILLYS

O ano: 1970. O país: Brasil. 
Naquela época, com pouco mais de 11 anos de indústria automobilística, exportar veículos era bastante comemorado e diferentemente do que é hoje, a prioridade era o mercado interno, que estava ainda longe de estar saturado. 
No início da década de 1970 o Governo brasileiro começou um programa de exportações, com incentivos como isenção de toda a carga tributária e segundo relato do Diretor da Puma na época, também era possível conseguir capital de giro a juros mais baixos nos bancos comerciais com a publicação da Portaria 71 do Banco Central. 
Houve até um temor de que faltasse veículos para o consumidor brasileiro, mas uma lei obrigava as indústrias a destinarem 60% de sua produção ao mercado interno.
Outro detalhe era que o número de unidades exportadas era irrisório, comparado com o que é atualmente. Proporcionalmente, a Puma foi a que mais exportou. Em 1970, produzia 30 carros por mês e chegou a exportar 24 unidades em 04 meses: 02 para os EUA, 03 para Portugal, 05 para a Bolívia, 05 para o Uruguai e 09 para a Espanha. A Volkswagen exportava peças DKW para reposição à Argentina e começara a vender para o Uruguai 300 unidades do Fusca (Sedan 1300) e as Kombi, assim como havia mandado naquele ano os modelos Variant para exame na Venezuela e México. A GM fechara um contrato com a Bolívia mas seu principal mercado era a África do Sul, porém enfrentava o problema da direção do lado direito naquele país, e estudava se o volume compensaria os custos de adaptação. A Ford-Willys (era assim que denominava-se na época) também exportava "em ritmo acelerado". Em abril de 1970 enviou ao governo uruguaio 30 unidades das F-75 versão Ambulância, 05 da versão fechada (Furgão) , 04 Rurais e um Jeep com capota de aço. Bolívia, Guatemala, Paraguai e El Salvador eram outros países importadores dos veículos utilitários Ford-Willys. Também eram enviadas peças fundidas e estampas para a matriz nos EUA e filiais da Ford no exterior.
Como nota-se, eram números nada comparáveis aos de hoje, mas eram a realidade da época, haja vista que nossa indústria automobilística estava ainda amadurecendo.
Naquele ano, de janeiro a abril, a Ford-Willys foi a terceira montadora brasileira de veículos em número de unidades produzidas, com 26.635. A primeira era a Volkswagen, seguida pela General Motors. Porém, a Ford-Willys foi a únicas das três que diminui sua produção naquele período, quando houve uma redução de 2.826 unidades.

Fonte: Revista QR Junho de 1970.

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