domingo, 25 de dezembro de 2016

Vai tranquilo, é Jeep!

 Planilha com itinerário da jornada. A chegada foi mais de duas horas após o previsto.

De 11 a 13 de novembro de 2016, realizou-se na grande Florianópolis, em Santa Catarina, mais precisamente na cidade de São José, a Décima Segunda edição da Meca dos preservadores de viaturas militares do Brasil, que são os Encontros Nacionais. O post anterior , através de imagens deu uma ideia do que foi o referido evento, uma das melhores edições, na opinião dos próprios preservadores. 
Mas para mim e um grupo de preservadores do Rio Grande do Sul,  foi um marco histórico. 
Este post tem o intuito de reforçar a robustez e confiança do velho guerreiro Jeep e inspirar outros proprietários desses veículos a colocarem-no na estrada e curtir a viagem, que garanto, a bordo de um Jeep é unica e inesquecível.
Pela primeira vez um grupo de preservadores de viaturas militares, somente com viaturas leves 1/4 ton Jeep, rodou mais de
500 km, do RS a SC e retornou, rodando, para fazer história. Do Rio Grande do Sul partiram 06 jipes, 01 Willys MB 1942, 02 CJ3A, 1949 e 1951, e três 5224 (CJ-5) 1967, 1972 e 1973. Em Criciúma, SC, juntou-se ao comboio mais 02 Willys MB, 01 5224 1965 e um raro Ford GPW 1945 (este veio na folga, sobre um caminhão Chevrolet Brasil).
Com exceção dos dois CJ3A, que possuíam motorização GM Opala 4 cil e relação longa de diferencial, os demais possuíam mecânica original, constituindo-se um verdadeiro desafio e aventura, chegar e voltar do destino e missão imposta.
Confesso que no início tive certo receio, apesar do excelente estado de conservação de minha viatura, mas por nunca ter ultrapassado a marca de 120 km rodados ida e volta, um trajeto de mais de 500 km só de ida deixou-me preocupado. Principalmente pelo fato da mecânica totalmente original, inclusive relação de diferencial curta (5:38) e ainda adotando o famigerado platinado e condensador no sistema distribuição. 
Mas como missão dada é missão cumprida, e os infantes mecanizados têm a fibra necessária , após uma minuciosa revisão, partimos, eu e meu velho guerreiro, em 09 de novembro, para o primeiro PC (Posto de Controle) distante a 60 km do ponto de partida. Logo no início a chuva perseguiu-me e não deu trégua, a ponto de em certos trechos o lento limpador não dar conta, mas no final, tudo certo, primeira etapa concluída, juntando-se ao companheiro na germânica Teutônia.

 No dia seguinte, ainda de madrugada, a alvorada foi às 5h. Partimos, rumo a BR 386 ao encontro do segundo escalão, vindo de Forquetinha/Lajeado com 3 viaturas.

Assim seguimos sem percalços até a capital gaúcha, onde na entrada da BR 290 um dos Jeep apresentou pane elétrica, mas nada que um empurrãozinho não resolvesse (era a bateria dando sinal de final de vida e não sabíamos). Assim, encontramos o último integrante motorizado em terras gaúchas, com outro Ford 5224, totalizando meia dúzia de viaturas. No meu caso, aproveitei para a segunda parada para abastecimento.
Seguimos rodando, em comboio aberto, ou seja, com certo intervalo de 2 a 3 carros entre nós, faróis acesos, e onde o veículo mais lento puxava a frente, e todos eram responsáveis pelo veículo que seguia atrás. Um parava, todos paravam. Velocidades constantes em média de 65 a 75 km/h. Cruzamos a divisa com Santa Catarina, sob sol forte. 


Próximo a Araranguá, pane elétrica novamente no 5224 1972, e resolvemos intercambiar a bateria com a do modelo 1973, para testarmos se o problema estava no suspeito alternador. Após alguns kilômetros e um estrondo e uma chama na traseira do Jeep 1973 assustou a todos, de início. A bateria havia entrado em curto, o combustível não queimado por sorte foi parar no silencioso do escapamento e alí a reação química fez explodir o mesmo, abrindo uma fenda na peça e chegando a entortar a placa de identificação presa no parachoques. A bateria boa passa novamente para o Jeep que a possuía e fui incumbido de rebocar o Jeep que ficou sem a mesma, até um ponto mais seguro na rodovia. Por sorte, estávamos próximos a uma grande rede de varejo e uma bateria nova foi adquirida. Ao lado, um excelente estabelecimento de fast-food, com um delicioso hambúrguer recarregou nossas baterias, digo, estômagos vazios.


Algumas de dezenas de kilômetros depois, minha viatura começou a falhar até que parou, no acostamento e não quis mais pegar. Minha primeira suspeita era sujeira na linha de combustível , conheço as manias do meu Jeep, e se fosse isso, o procedimento era bem conhecido. No entanto ao verificarmos o distribuidor, estava lá o platinado, com os contatos colados e literalmente quebrado. Mas claro, numa viagem dessas, leva-se peças sobressalentes só pra garantir, e foi só trocarmos o platinado e ajustarmos a ignição (com a ajuda do mecânico oficial do comboio) e seguimos viagem. 







Uma grande parada para reabastecer em Laguna e seguimos até Palhoça, onde em marcha lenta o carburador estava afogando. A partir daí, o comboio seguiu em regime fechado, e em velocidade um pouco acima da média adotada até então, escoltado por um batedor de motocicleta, pois o trânsito começava a congestionar. Até que chegamos ao destino, na orla de São José, quando já passava das 20h.
No dia seguinte, já na sexta-feira, bem cedo, uma inspeção nas viaturas, regulagem e limpeza , prontos para a exposição e a viagem de volta.




O retorno aconteceu em dois escalões. O primeiro, partindo no domingo pela manhã, às 07h30min , com 04 viaturas e o segundo , no domingo às 15h30min com mais 04 viaturas.


Parti no primeiro escalão, chegando ao destino às19h35min. A volta foi espetacular, sem qualquer problema e o Jeep mais inteiro do que eu....
Rodei no total 1250 km. Efetuei 09 reabastecimentos de gasolina aditivada (05 na ida e 04 na volta), passando por 4 pedágios (02 ida e volta).O gasto total de combustível foi de R$ 772,00. A média de consumo não foi estimada no trajeto de ida, mas no retorno o consumo médio foi de 6,5 km/l entre São José a Maracajá e Maracajá a Osório. A partir daí até Rosinha (já próximo a Teutônia) a média foi de 9 km/l. São médias razoáveis para um BF-161 3 marchas com relação 5:38 (43/8).
No comboio, o saldo total foi muito positivo em relação ao trajeto e avarias apresentadas. Um platinado e um cabo de velocímetro quebrados no meu Jeep, uma bateria arriada em outro, um dínamo no final de vida em outro e pane elétrica num terceiro.
A lição: nossos Jeep, apesar de antigos e de pequenos problemas e sustos que podem dar, aguentam sim viagens assim, são resistentes e devagar vão longe. Lembro que antes da jornada, um amigo falou-me: vá tranquilo, é Jeep! 
Além do mais, a paisagem pode ser melhor apreciada a bordo de um Jeep, além do que o próprio veículo colabora para melhorar a monótona paisagem da estrada com seus veículos modernos e rápidos. Afinal não é todo dia que vê-se rodando velhos guerreiros de aço verde-oliva. Se tivéssemos que retribuir os inúmeros acenos e buzinaços de cumprimentos pela nossa passagem certamente chegaríamos sem buzina e com os membros superiores amortecidos. A bordo de nossos Jeep, com as bandeiras que tremularam nas hastes de nossas antenas, o Brasil é mais Brasil e os caminhos mais amenos. Um exemplo de resistência de nossos Jeep e de união, patriotismo e camaradagem dos companheiros dessa jornada.


sábado, 19 de novembro de 2016

XII EBVMA

O blog jeepguerreiro esteve presente neste grandioso evento das viaturas militares antigas e de maneira histórica. Fomos rodando mais de 600 km com o nosso veterano Jeep Willys Militar 1967 fazendo parte de um comboio que partiu do interior do Rio Grande do Sul e que no final estava composto por 09 jipes. Mas isto é assunto para outro momento.
O evento na grande Florianópolis foi caracterizado por muita qualidade na organização e nas viaturas expostas, e na categoria Jeeps Militares só ficou faltando mesmo o M606 "Cara-de-Cavalo". Organizado pela ABPVMA - Associação Brasileira de Preservadores de Viaturas Militares Antigas, filiada à MVPA norte-americana, contou com efetivos de vários Pelotões e Grupamentos: GPVMA-RS e Pelotão Antares, ambos do Rio Grande do Sul, Cia Indestrutíveis, Pelotão Pégasus, Ferrador, 14 Batalhão Cívico, Polaris, Brigada Paranaense, CVMARJ, entre outros.
Foram 04 dias intensos onde preservadores de todo o Brasil puderam reunir-se. Encontramos vários leitores do blog, em especial os amigos Rodrigo Rossi , Eduardo Fontanella e Juliano "Jacaré". Mas vamos deixar um pouco de conversa e vamos curtir algumas imagens.












































 
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