segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

O jeep MB e GPW mês a mês - Parte 12/12

  Chegamos, com esta postagem, ao derradeiro capítulo da série de 12 edições com as principais mudanças e alterações ocorridas no Jeep padrão da Segunda Guerra Mundial, sob a perspectiva do que cada mês dos anos de sua produção nos trouxe. Agradecemos a todos que nos acompanharam nessa saga de pesquisa exploratória, e também aos que somente agora estão bebendo pela primeira vez dessa fonte de informações e conhecimentos.

  Abordando os quatro dezembros que contemplaram o período produtivo dos modelos padrão MB da Willys e GPW da Ford , iniciemos com dezembro de 1941. 

  Nessa época, o quadro de para-brisas torna-se padronizado (um pouco mais alto). Antes era o A-2796, mais baixo, estilo MA. As cabeças dos parafusos que fixavam o defletor de ar sob o capô, nos Willys, ficaram aparentes na parte de cima do respectivo capô, o que era típico das séries MB103546 a MB118600.

  As vedações do piso, alavancas de transmissão e do sistema de transferência/tração e do pedal do acelerador, ainda são de borracha. As almofadas de assento estilo inicial, sem molas nos assentos e com zíperes em todas as almofadas. O extintor de incêndio era fixado no lado direito, nos modelos ainda sem o porta-luvas. O botão de luzes era de metal com letras indicadoras da função gravadas em branco. Interruptor de ignição ainda com chave (H-700). Botões de afogador e acelerador em metal, de fabricação em duas partes (alguns de latão) com letras em relevo e pintadas em branco.

  Medidores: Autolite. Velocímetro: Autolite com ponteiro estilo inicial longo. Gerador (dínamo) estilo inicial, tanque de combustível com tampa pequena, também eram características. Assento traseiro não tinha previsão para fixar a bomba de encher pneus. Alavancas da caixa de transferência de diâmetro pequeno A968 e A969. Defletor de ar sob o capô Willys.

  Ainda em 1941, a lona (canvas) de cobertura do quadro de parabrisas, utilizada quando o mesmo era rebatido, para evitar, entre outros, reflexos, se torna padrão a partir desse mês e ano (após MB103545), código de peça A-3211, em substituição ao A-3073. A lona da capota também passa a ter formato padronizado após o MB103534, código de peça A-3216, cuja parte traseira tinha uma pequena abertura para encaixe do suporte de strap do galão de combustível (adotado após agosto 42).

  Os primeiros capôs de motor estilo Willys, código A-2836, foram usados com os primeiros modelos de quadro de para-brisas, aproximadamente até o MB103545 e defletor de ar tipo I. O capô padrão A-3225 foi usado após o MB 103545 com o quadro de para-brisas padrão e defletor de ar tipo II. Os capôs estilo Ford, foram adotados nos MB após setembro de 1943 apenas. Existem ao todo, quatro tipos de capô: MB até por volta do MB103545, MB depois de MB103545, GPW estilo até final de 1943/início de 1944 (com F nas dobradiças) e os últimos, que foram usados nos MB e GPW, com dobradiças com F marcado e suporte de pistola de graxa no lado esquerdo interno e suporte para carta guia de lubrificação. Os capôs Willys tradicionais tinha dobradiças com 9 segmentos, enquanto os Ford tinham com 11 segmentos.

  Nota-se que dezembro de 1941 foi uma época de várias alterações e introduções, principalmente nos Willys. Segue mais: mudança nos pinos do braço de direção, de retos para tipo cavilha (MB103317 em diante). A partir do MB103545, adicionado espaçador entre a proteção do tanque de combustível e o piso traseiro. A partir do MB104433 adicionada porca de travamento nas cintas do tanque de combustível. A partir do MB 104726, clipes de prender os feixes de molas traseiras são alterados, do tipo MA (grandes) para os tipo MB (menores). Com o MB106763 veio a troca de posição da mangueira do freio traseiro, do suporte do chassi para a travessa. Mudança nas linhas de freio do eixo traseiro. A partir do MB108430 ocorre mudança no aterramento das luzes de posição, com arruelas de indentação com dentes externos para melhorar o aterramento. A partir do MB113045 adotado um capacitor para o terminal da armadura do dínamo (gerador). No MB108452 inicia a mudança na sinalização do relógio marcador de combustível, de FUEL para GAS. Alteração também na leitura do amperímetro para +- 50 amp. Adicionado suporte para o tubo de enchimento de óleo do motor.

  Até dezembro de 1941, até o MB104310, o vedador A-1451 da buzina era preso com a braçadeira A-281 e após, A-1515. Nos chassis MB até dezembro 1941 havia um suporte adicional WO638809 para a mangueira de freio traseira.

  Em dezembro desse ano também ocorre o final do fornecimento de carrocerias para o Ford GPW produzidas pela Budd Company. Também nos Ford, até antes do ataque japonês à base naval americana de Pearl Harbor, no Hawaii, em 07 de dezembro de 1941, tiras de borracha isolavam o chassi da carroceria (calços de carroceria). Após a época do ataque, porém, tecido impregnado com asfalto foram colocados no lugar, em substituição. Capotas, assentos e almofadas de encosto eram costuradas com material de algodão grosso, repelente à água e resistente ao fogo. Eram feitos no Departamento de Acabamento (Trim) da Ford, em Michigan, na planta de Highland Park. Até a época do bombardeio aéreo japonês no Hawaii, as almofadas eram preenchidas com espuma de borracha de 2 polegadas. Pouco depois do ataque inimigo, pelo de gado, enrolado e revestido de borracha forravam em cerca de 5 cm as almofadas dos assentos. Mesmo essa quantidade de borracha teve de ser gradualmente eliminada devido à escassez e o acolchoamento foi alterado para molas e feltro de cabelo, e após, ainda, para apenas tufos de cabelo com molas.

  Em 01 de dezembro de 1941 o Governo Americano sinalizou à Ford a intenção de celebrar mais um contrato (o sexto) para 63.146 jipes, propondo que cada planta da Ford (cinco no total) produzisse em torno de 500 Jeep por semana. Era o contrato w-398-qm-11424.

  Já em 1942, dezembro, no MB (193040) foram adicionadas braçadeiras no banco traseiro para alojar a bomba de encher pneus. Alteração para amortecedores que podiam ser recondicionados (MB197066) e reforços no painel traseiro (MB 200741). Ainda nos MB, até o MB202023 usavam interruptor de ignição com chave, peça A-2517. Após, usaram o A-6811 tipo alça (sem chave) fabricado pela H.A.Douglas Manufacturing Co. Os Ford GPW (e os GPA) até o SN 89000 usaram a ignição GPW 3686, com chave. Após, a GPW 3686-B tipo manivela (sem chave).

  Nos Ford, em dezembro de 1942 os últimos lotes de pneus NDT (não-direcionais)  06 X 16 com inscrito Ford foram feitos e saíram da linha em Deaborn.

  A carroceria ainda era Ford, nos GPW, em dezembro de 1942. O gerador (dínamo), regulador de voltagem e distribuidor, todos Autolite. Motor de partida: Ford. O volante começa a ser os de raios de metal expostos e os pneus eram Goodrich, na maioria.

  Em 1943, dezembro, o estofamento dos assentos já era com molas, no Willys, protetores das alavancos passaram a ser em couro e o interruptor de luzes passou a ser do tipo de Puxar. Havia parafusos logo abaixo do interruptor do afogador, que eram para o capacitor da chave de ignição, que fazia parte do kit supressor de ruídos Tipo II que iniciou no contrato W-5.

  Em dezembro 1943, as últimas carrocerias ACM Type I são montadas (MB e GPW). O contrato W-4 jan a dez 1943 - 204xxx a 289xxx) se encerra e inicia o W-5, que se estendeu até dezembro de 1944 (289xxx a 402xxx). Em dezembro de 1944 o período do W-6 inicia e vai até Julho 1945 (456xxx).

  Nos MB, os pedais padrão são fundidos em metal nessa época, e o velocímetro Autolite tem o indicador (ponteiro) tipo curto. Botões todos com gravação em branco, extintor de incêndio com 2 presilhas de suporte.

  Ainda em dezembro de 1943, ocorre a mudança para a supressão Tipo II nos MB. O sistema Tipo II, assim como o inicial, era composto por filtros supressores de ruídos, e eram instalados no gerador,, no regulador de voltagem (na frente e atrás), no sistema de partida, no switch de ignição, na bobina e caixa de rádio. No Tipo I, para se ter uma ideia, esses filtros vinham instalados apenas no gerador e no regulador de voltagem.

  Já em 1944, dezembro, o que destacou-se foi a adição do sistema Deep Mud, sistema de exaustão do escapamento saída na traseira lado direito, que era composto por 3 peças principais conectadas por presilhas (silenciador, tubo longo e tubo coletor). No Ford GPW esse sistema foi implementado no contrato F-5 por volta de junho de 1945.

  Esse sistema Deep Mud Exhaust Kit, embora adotado nos MB em dezembro de 1944 em diante e no GPW a partir de junho de 1945, também foi usado, muito antes, como kit nos jipes dos Fuzileiros Navais nas campanhas das ilhas do Oceano Pacífico. Essa alteração, que culminou com a mudança da saída do escape da lateral para a traseira, se deveu ao fato que a saída lateral era propensa a "agarrar" muita lama, deixando o sistema pesado e propenso a se soltar, geralmente quando se saía de um atoleiro muito forte. O kit apareceu pela última vez no Manual Técnico Ordnance 9 de 1949, e foi usado também nos CJ2A.

MB Willys Serial Numbers Dezembro

1941 - 101xxx a 108xxx

1942 - 192xxx a 200xxx

1943 - 286xxx a 293xxx

1944 - 392xxx a 402xxx

GPW Ford Serial Numbers Dezembro

1942 - 82121 a 89380 (7.259 unidades) Contrato F-3

1943 - 162486 a 170021 (7.535 unidades) Contrato F-4

1944 - 237704 a 243418 (5.714 unidades) Contrato F-5





sexta-feira, 24 de novembro de 2023

O Jeep MB e GPW mês a mês - Parte 11/12

  Bem amigos e amigas, chegamos ao penúltimo post da série, e como perceberão, muita coisa aconteceu no mês de novembro na história do Jeep da Segunda Guerra Mundial.

   Em 14 novembro de 1940, um contrato para 1.500 modelos Pilot (de testes) foram dirigidos para cada uma das 3 montadoras: Bantam, Willys e Ford. Mas antes, em 11 de novembro, o modelo piloto da Willys Quad já havia chegado em Camp Holabird para testes, que iniciaram no dia 13. Já o Ford Pigmy pilot model chegou em 23 de novembro.

  Em novembro de 1941, sob o Contrato W-1, o jeep Willys tem a mola de retração do freio de mão alterada para maior tensão (Serial number MB102731), além de adição de ponto de engraxamento (encaixe da pistola de graxa) ao pino de articulação das alavancas de transferência (Serial number MB 101000).

  Esse mês e ano (1941), também marcam o início de produção do Willys modelo MB (cerca de 1.000 unidades naquele mês), no caso, o chamado Slat Grill, devido a sua característica grade dianteira semelhante a uma grelha. (O Slat foi produzido de novembro de 1941 a fevereiro de 1942, com 25.808 unidades). Início do contrato W-1 (novembro 1941 a fevereiro 1942). Este contrato, característico do modelo Slat, contemplava: 

  A carroceria ACM Tipo I, tanque de combustível ainda com os cantos retos, volante estilo inicial (preto) código A-535, capô estilo inicial código A-2836 com defletor de ar A-2977 e vedação de juta. Os blocos de apoio do capô eram de borracha (código A-2922), pintados de verde. Chassi estilo inicial (A-1142) com suporte de bateria de montagem soldada (A-1138). Para-brisa estilo inicial curto (A-2796) com presilhas de capota A-2924 e vidros onde cada seção é identificada com o logotipo do fabricante L-O-F e a data, no canto inferior externo de cada seção. Placa de proteção da transmissão (skid plate) inicial, estreita, sem proteção adicional do tubo de escape. Refletores marca CB Tiger. Rodas estilo inicial A-1799. Suspensão: 8 lâminas na frente e 9 lâminas atrás, com clipes de molas ainda do estilo Willys MA. Muffler do escapamento estilo inicial (redondo) A-1146. Transmissão: T-84 inicial com plugues de enchimento e drenagem, do lado direito. Vedações da extremidade dos tirantes, de borracha, código A-843. Para-lamas com defletores de ar laterais do radiador, acoplados, estilo inicial. Presilhas (footman loops) de estilo inicial, com a volta (ombros ou curva) de estilo mais quadrado. Havia 06 parafusos de cabeça redonda visíveis acima do degrau da carroceria lado direito, para o suporte do extintor de incêndio de estilo antigo.

  As cabeças dos parafusos tinha várias marcas estampadas, no Willys, de acordo com o fabricante. Até 1943 eram TR, TAR, TCR, AA e TR20. Em 1944 e 45 eram geralmente EC.

  Tambor de freio de mão (na saída do diferencial traseiro) de tamanho pequeno. Fixação dos braços de ajuste do para-brisa estilo copo, com arruela de borracha. Buchas dos jumelos das molas de suspensão com graxeiras prensadas. Braçadeira traseira para o machado, estilo inicial, com 2 furos para parafusos.

  No dia 10 de novembro, em 1941, a Ford obteve um pedido para 15.000 Jeeps, quando a Willys concordou (na verdade não teve escolha) em compartilhar suas patentes de design.

  Em novembro de 1942 se atingiu o menor nível de produtivo do Ford GPW (cerca de 6.000 unidades) desde fevereiro do mesmo ano, quando entrou em produção. Esse nível seria mantido mais tarde, em 1944, por 10 meses e mais 02 meses em 1945. Em 10 de novembro de 1942, o sétimo contrato do governo com a Ford previa 23.158 unidades. Fim do contrato F-2 (serial number GPW 78146) e início do F-3.

  Em 1942, o W-3 Contract da Willys (novembro) previa mudança nos isoladores (insulators) do radiador e carroceria, que passou de borracha para tecido.

  Em 16 de novembro de 1943 uma ordem foi recebida pela Ford, para produzir (adicionar) outros 25.536 veículos Jeep ao contrato w-374-ord-2862 (oitavo contrato).

  Nos Willys, em novembro de 1943, proteção extra nas laterais do radiador foram adicionadas em 13 de novembro, para prevenir recirculação de ar quente e otimizar a refrigeração. A partir do número do motor MB 288835, os parafusos da cabeça dos cilindros foram alterados para pinos e porcas.

 Novembro de 1943 é considerado o início dos Jeep "Late Production) ou produção tardia, e corresponderam a 22% do total de produção. Este período vai até agosto de 1945. Compreendem mais ou menos os serial numbers 284.000 a 445.000 (MB) e 165.000 a 265.000 (GPW).

  Em novembro de 1944 o contrato W-5 Willys contempla a mudança para a caixa de transmissão T-84 com a marcação H, que marca uma série com usinagem para receber uma vedação tipo anel especial no eixo piloto parte traseira, que ajudava a evitar a migração de óleo entre a transmissão e a caixa de transferência. O Jeep MB teve adicionada a tampa do buraco de óleo da coluna de direção, a partir do WO 390510 (3522 no GPW). Usada em todos os MB a partir de então, mas no GPW apenas no contrato F1. Sua finalidade era cobrir parcialmente  a fenda na coluna de direção e impedir a entrada de água e poeira. Quadro de para-brisas de estilo "Late" com presilhas para o suporte de rifle. Pedais estilo "Late", de aço estampado. Embreagem código A-8440 e pedal de freio código A-8477. Interruptor de luzes estilo giratório. No painel havia 4 parafusos aparentes ao redor do stencil pintado de Tire Pressure (TP 30) , eram para fixação da caixa do kit contra gases, similar ao AID Kit (kit de primeiros-socorros). Acima havia fixada a plaqueta de dados para transporte (shipping). Os botões de afogador, acelerador e luzes eram todos de plástico nessa época. No GPW, os botões de afogador e acelerador, no entanto, eram de metal, nessa fase.

MB Serial Numbers Novembro:

1941 - 100.001 a 101xxx

1942 - 185xxx a 192xxx

1943 - 278xxx a 286xxx

1944 - 383xxx a 392xxx

GPW Serial Numbers Novembro:

1942 - 76053 a 78146 (2.093 unidades) F-2 Contract

           78147 a 82120 (3.973 unidades) F-3 Contract

1943 - 155261 a 162485 (7.224 unidades) F-4 Contract

1944 - 231825 a 237703 (5.878 unidades) F-5 Contract

terça-feira, 17 de outubro de 2023

O Jeep MB e GPW mês a mês - Parte 10/12

  Chegamos à décima parte do compilado sobre as alterações e fatos que marcaram a história do Jeep da Segunda Guerra Mundial. É um conteúdo exclusivo, que você só encontra aqui, que toma trabalho e dedicação, mas que fazemos por amor à causa. Agradecemos desde já a você que nos acompanha nesta saga até aqui.

  No início de outubro de 1940, a Ford foi informada oficialmente que o Governo,   breve faria um pedido para 500 unidades do veículo 4x4 1/4 ton. O Departamento de Engenharia da Ford foi imediatamente instruído a revisar as especificações que foram feitas ainda no primeiro convite concorrencial de 27 de junho de 1940, com a intenção de ganhar o novo contrato.

  Em 17 de outubro, então, os engenheiros da Ford foram notificados que 2 modelos piloto seriam construídos, um para testes na Ford e outro para testes no Exército. Usavam o layout do chassi Bantam e duas carrocerias foram desenvolvidas em conjunto com a Ford e a Budd Company, resultando em 2 carrocerias diferentes sobre o mesmo tipo de chassi.

  Em outubro de 1941, a Willys Overland se oferece para o auxílio a outro fornecedor para produção e padronização do Jeep (que viria a ser a Ford Motor C.O.), compartilhando desenhos de engenharia, patentes, etc. A única condição era de que esse novo fornecedor somente o fizesse ( o Jeep) para o Governo dos Estados Unidos.

  Por isso, a Ford submetera em 03 de outubro de 1941, sua cotação para produzir 330 jipes por dia para o governo, já que o 4º Exército havia enviado por carta a intenção de ter 15.000 jipes idênticos ao padrão Willys. Resultou no contrato W-398-qm-10977, assinado em 16 do mesmo mês. Foi o início da padronização do Jeep Ford e Willys.

  Nesse meio tempo, porém, a Ford, em 06 de outubro de 1941, despachou 50 Pigmy (Ford GP) na versão de 4 rodas esterçantes, que haviam sido pedidos pelo governo americano na primavera de 1941.  Este pedido resultou no contrato W-398-qm-10651 (4º Contrato). Foram distribuídos da seguinte forma: 02 para o Quartermaster Depot (Depósito de Intendência) em Camp Holabird, 03 para Fort Monroe, 03 para Fort Bragg, 16 para Camp Polk, 6 para Fort Knox, 4 para Fort Riley e 16 para Camp J T Robinson. Foram despachados para essas unidades do Exército em 23 de outubro de 1941.

  Esses jipes com as 4 rodas que esterçavam, tinham excelente manobrabilidade, graças também ao seu curto entre-eixos. Mas, por incrível que pareça, justamente a manobrabilidade foi o que , em grande parte, resultou no seu fracasso (na opinião dos militares). Junto a grandes formações de soldados ou formações muito próximas, suas manobras poderiam causar acidentes, pois "jogavam" a traseira com a mesma rapidez que esterçavam, perfazendo um ângulo de esterço na frente e atrás do veículo, o que surpreendia os soldados próximos e desavisados, acostumados com veículos manobrando onde apenas a dianteira realiza o arco da curva. Além disso, manobras como saída de estacionamento, junto ao meio-fio, ou próximo a paredes e muros, tornavam-se mais difíceis, pois os pneus traseiros podiam emperrar neles. Outro ponto era a manutenção, com o dobro de peças para o sistema de direção, era um problema a ser considerado em um veículo tático como o Jeep.

  Em 22 de outubro de 1942 o reforço do suporte do estepe foi adicionado ao MB. Ele evitava que as vibrações do estepe causassem quebras no suporte. O copo da travessa para o isolador da caixa de transferência é trocado, no MB.

  Em outubro de 1942, o volante ainda era estilo inicial, em plástico verde oliva, no Ford (Contrato F-2).  Refletores marca GUIDE e com moldura circular com a estampa do F. Os refletores traseiros já reposicionados, mas o soquete (tomada) elétrico para o reboque militar ainda não havia sido instalado sob este contrato, embora já estivesse disponível apenas como um kit. Os pneus marca Ford passaram a ser fabricados na plante de Deaborn,

  Em outubro de 1944 (Contrato W-5), as vedações de ar da buzina mudaram para borracha, no Willys Serial Number 441451 em diante. Nesse tempo, também marca o final da primeira extensão do contrato F-4 (Ford) e início da segunda extensão. O Serial Number 226205 marca o final do F-4 primeira extensão.

  O feixe de molas no Willys passa a ter 10 folhas na frente e 11 atrás, após outubro 1944 (Contrato W-5). 

  Novo distribuidor (peça código A-1240) a partir do serial number MB 380269.

  Os últimos MB sem a cobertura protetora do orifício de óleo da coluna de direção são produzidos em outubro de 1944. Em novembro passaram a usar a peça WO-390510. No Ford, ela esteve somente no contrato F-1 (peça GPW 3522).

  Em outubro de 1945 não havia mais produção do Jeep militar.

MB Serial Numbers Outubro:

1942 - 185xxx a 192xxx

1943 - 269xxx a 278xxx

1944 - 375xxx a 383xxx

GPW Serial Numbers Outubro:

1942 - 68845 a 76052 (7.207 unidades) - F-2 Contrato

1943 - 147461 a 155260 (7.799 unidades) - F-4 Contrato

1944 - 225870 a 231824 (5.954 unidades) - F-5 Contrato

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

O Jeep MB e GPW mês a mês - Parte 09/12

   Chegamos na parte nove da série, que aborda o mês de setembro na história do Jeep da segunda guerra mundial. Um mês especial , pois em 23 de setembro de 1940, o veículo que deu origem ao Jeep, o Bantam Pilot, chegava a apenas meia hora antes do prazo final estipulado pelos militares para sua apresentação e primeiros testes, em Camp Holabird. Isso depois de rodar 368 kilômetros de Butler até Camp Holabird, no Estado de Baltimore.

   Em setembro de 1941 a Willys construiu um adicional de 50 modelos Pilot (antecessor ao MA), números de série 85501 a 85550.

    De setembro de 1941 até setembro 1942, o tanque de gasolina tinha a tampa pequena (código de peça A-1221). De setembro de 1942 até final de 1943 tinha a tampa grande com extensor (código de peça A-6618).

   Em 29 de setembro de 1942 a produção do Ford GPW atingiu, pela primeira vez, a razão de 100 unidades por dia, na planta da fábrica da Ford de Rouge River.

    A tire pump (bomba de encher pneu) passa a ter a marcação ORD., nos MB.

  Em setembro do mesmo ano, a responsabilidade dos veículos militares sobre rodas passou do Quartermaster Corps para o Ordnance Corps, ou seja, da Intendência para a Artilharia. Isso provocou uma atualização nos Manuais de Manutenção (TM), que foram identificados pela adição do prefixo 9, por exemplo, TM 9-803.

  Os orifícios de drenagem e enchimento de óleo lubrificante foram relocalizados no lado oposto da transmissão, para melhorar o acesso a eles. Fato ocorrido em 15 de setembro de 1942. Também após setembro de 1942 os refletores eram os de moldura oval marca GUIDE e sem o F estampado, no caso dos Ford.

  Em setembro de 1942 o Ford GPW ganhou dobras de reforço na chapa da base do porta-luvas, mudança já ocorrida no Willys MB desde março de 1942. Porém, essa característica parece ter ido somente até agosto de 1943, no GPW.

   Após setembro de 1942, os botões do acelerador manual e afogador do Willys, passaram a ser do tipo II, ou seja, tinham a parte de trás da face do botão de formato cilíndrico ao invés de formato afilado, e eram de plástico com indicações (letras) gravadas em branco, sem relevo (código de peça A-7518).

   Enquanto no Willys ocorreu em agosto de 1942, no Ford foi adicionado o receptáculo para a tomada elétrica do reboque (trailer) e o reforço superior para o galão de combustível somente em setembro de 1943.

  Foram adicionadas presilhas para o suporte de rifle no quadro do para-brisa e as almofadas dos assentos ganharam molas, em setembro de 1943, nos MB.

   Em setembro de 1943 o Ford GPW começa a compartilhar a carroceria ACM Type I do Willys MB, fato que prosseguiu até dezembro daquele ano. Com isso, ganhou algumas características deste tipo de carroceria, como por exemplo: reforço do painel traseiro (aquele reforço triangular de ambos os lados, soldado entre a junção superior das caixas de rodas traseiras com o painel traseiro), reforços (canais) do assoalho dianteiro de estilo Willys, montagem horizontal da parte traseira das luzes traseiras (tail light), arco de reforço das portas, suportes em J do encosto do banco traseiro estilo Willys e relevo circular (indentação) ao redor das fechaduras das caixas de ferramentas. Mais de 9.000 unidades de Ford GPW foram montadas com as carrocerias feitas pela ACM Type I.

   O freio de estacionamento passa a ser do tipo "Late" (último), ou seja, de tambor de tamanho grande, a partir de setembro de 1944, no MB.

   Também dessa época em diante, até o final da produção, o painel de MB e GPW são muito similares, mas no GPW destacam-se as seguintes diferenças: as placas de dados na tampa do porta-luvas são rebitadas, no Ford. O interruptor giratório de luzes tem a placa (escudo) de metal, no MB, enquanto que no Ford, é de plástico. No Ford, os botões do acelerador manual e afogador eram de metal.

   Em 1944, os códigos de fundição do motor (no bloco) dos Ford GPW não eram mais localizados no lado inferior direito, na parte traseira, mas passaram para baixo do distribuidor sobre um largo relevo. As letras indicavam o mês de fundição e iam de A até a letra M, mas a letra I foi excluída. Assim, a letra J por exemplo, representava o mês de setembro. Deste modo, um bloco J 10 - 4, por exemplo, foi fundido em 10 de setembro de 1944.

   A partir dos últimos meses de 1944, o chassi do MB começou a usar a travessa traseira do futuro CJ série civil, mas ainda sem os furos para instalação da tomada de força traseira (PTO). Aproximadamente 4 polegadas da esquerda para o centro, com uma parte inferior pressionada (amassada) para baixo, de modo a criar um espaço circular para o eixo de transmissão da PTO. Placas de reforço foram instaladas entre o chassi e os suportes das molas traseiras.

   Os feixes de molas de setembro de 1944 até o final de produção, passaram a ter 10 folhas (lâminas) na frente e 11 atrás.

   Setembro de 1945 ocorre o encerramento do último contrato Willys (W-7), iniciado em julho.

Willys MB Serial Numbers Setembro:

1942 - 170xxx a 178xxx

1943 - 261xxx a 269xxx

1944 - 366xxx a 375xxx

Ford GW Serial Numbers Setembro:

1942 - 61157 a 68844 (7.687 unidades) F-2 Contrato

1943 - 139609 a 147460 (7.851 unidades) F-4 Contrato

1944 - 220098 a 225869 (5.771 unidades) F-5 Contrato





quinta-feira, 17 de agosto de 2023

O Jeep MB e GPW mês a mês - Parte 08/12

Nesta oitava postagem da série, continuamos elencando os principais marcos de produção e evolução dos Jeep da Segunda Guerra Mundial da Willys e da Ford,  abordando agora, o mês de agosto na história destes veículos.

A Ford celebrou o contrato W-398-qm-8887 com o governo americano, que seria o segundo contrato inicial, assinado em maio de 1941 para produção de 1.000 unidades do modelo Ford GP. A data final para entrega do pedido seria 26/12/1941 mas foi alterada para 15/11/1941. Porém, em 16 de agosto de 1941, uma mudança nesse pedido, a Ordem A, foi feita pelo governo para que fossem despachados 33 Ford GP para o Exército aliado Brasileiro. Foram despachados em caixas, o que elevou o custo do pedido em 21,88 dólares por cada Jeep. Em 18 de agosto do mesmo ano foi ordenado o despacho de mais 403 unidades, mas desta vez para as Índias Orientais Holandesas.

Em agosto de 1941 a Willys despachou os últimos 1.500 modelos MA e iniciou os trabalhos para o design para o que viria a ser o MB. A Ford, propôs ao governo um contrato adicional de 8.000 GP, que foi rejeitado.

Em agosto de 1942 é instalada a mola de reação de torque, no lado esquerdo dianteiro sob o feixe de molas da suspensão, com presilhas de travamento por parafuso. O volante passa a ser pintado na cor Olive Drab a partir do MB número de série 17037. O ajuste dos braços do para-brisas é alterado, com o uso de arruelas de borracha onduladas. É adicionado ao eixo traseiro uma guia para evitar o deslocamento do retentor de óleo. Mudança na mangueira superior do radiador com tubo e 2 mangueiras curtas. Um difusor foi adicionado à junta do carburador. Mudança nas vedações dos pedais de freio e embreagem, de borracha (cada vez mais escassa) para almofadas de juta. São todas mudanças do contrato W-3.

Tanque de combustível com filtro nos MB foi adicionado em agosto de 1942 a partir do número de série 174739. A partir desse mês e ano a luz B.O de marcação de posição passou a ser equipamento padrão, a partir do MB 163750. Foi adicionado um reforço superior na carroceria (a partir do MB 165582) para o Jeery Can (galão de combustível), além de ser instalado um receptáculo para o plug da tomada elétrica do reboque militar (trailer), no lado esquerdo traseiro.

Os Jeep da Segunda Guerra Mundial, produzidos entre maio e agosto de 1942, são considerados de produção inicial (EP - Early Production) e corresponderam a 7% da produção total. Abrange os MB até o número de série 174739 e os GPW até o número de série 600000, aproximadamente.

A partir de agosto de 1942 não havia mais Jeep em produção com as inscrições Willys ou Ford, em relevo, no painel traseiro da carroceria, por ordem do governo americano. O Corpo de Intendência do Exército definiu a política dos futuros contratos de produção onde a Ford e a Willys teriam quantidades equivalentes de 50/50% referentes às entregas a serem solicitadas.

De 1941 até agosto de 1943, a bomba de gasolina tinha um orifício de ventilação na sua base (código de peça A-1220 Willys e GPW 9350). Após, a bomba não tinha o orifício (código de peça A-8323).

Após 12 de agosto de 1943, foi instalado um suporte de reforço para o estepe, ou seja, aquele suporte abaixo do pneu de estepe, para evitar choques com a carroceria trafegando em terrenos difíceis. Em 24 de agosto do mesmo ano, foi introduzido o kit de conversão para o sistema elétrico de 12 volts, para operar equipamento de rádio 12 volts. Este kit teve distribuição limitada e foi instalado somente em campo, não na fábrica.

Ainda em 1943, em agosto, é encerrada a produção das carrocerias Ford e iniciadas a montagem com as carrocerias feitas pela ACM, inicialmente as Tipo I, até dezembro de 1943, as mesmas do Jeep MB da Willys. Último mês e ano do quadro de para-brisas sem o suporte de rifle (MB).

Após agosto de 1943 os botões dos interruptores de luzes, acelerador e afogador passaram a ser de plástico (MB).

Em meados de 1943 o extintor de incêndio foi sendo adicionado como equipamento montado no veículo, preso com 2 braçadeiras, no MB e GPW (peça código A-8429). A bomba de encher pneus também, mas desde meados de 1942 (códigos A-6351 e A-6899).

Após agosto de 1944, todos os MB e GPW tinham instalado o suporte para guardar o guia de lubrificação, sob o capô. O nível de óleo da transmissão foi aumentado em 1 polegada, nos MB após 10 de agosto do mesmo ano. Em 31 de agosto, o guincho modelo capstan foi disponibilizado para os MBs.

Até agosto de 1944 os feixes de molas tinham 8 lâminas em cada, nas dianteiras, e 9 lâminas cada, nas traseiras. O tambor do freio de estacionamento era ainda do tamanho pequeno, tendo sido mudado para um maior no mês seguinte. O tubo de escape com flange soldada passou a vir a partir do MB 363871.

De 1942 até agosto de 1944, os pedais de embreagem e freio eram,, ambos, com uma das extremidades arredondadas (parte externa ao pé) e de material ainda fundido. Após, passaram a ser estampados e no formato retangular nos cantos.

Após meados de 1944, a capota (top) e as cortinas laterais do MB e GPW não eram mais fornecidas, devido à escassez de lona.

Em agosto de 1944, uma caixa retornável, de madeira, foi desenvolvida pela Willys para transporte do Jeep semidesmontado ao redor do mundo.

Nos Willys, em agosto de 1945 as lanternas traseiras blackout passam a ser da marca Yankee. O freio de estacionamento "late" (último tipo) era de tambor do tipo grande. O filtro de gasolina (AC) foi removido da parede corta-fogo (firewall) e adicionado um de cerâmica na saída da linha de combustível do tanque. A carroceria ACM Tipo II, usada desde janeiro de 1944, passa a ter um furo na esquerda do painel corta-fogo, para a linha de vácuo para os limpadores de para-brisa.

A maioria dos parafusos em 1944 e 1945 eram marcados com EC na cabeça dos mesmos, nos Willys.

Os veículos finais, em 1945, não tinham mais na parte de baixo do piso, tocos de madeira para o silenciador (muffler).

Em agosto de 1945 marca o final da produção do Jeep MB. Os paralamas já eram do mesmo estilo adotado no GPW em alguns MBs. O número de registro no capô, nos MB, na cor branca, e o S (de supressor) foi movido de posição, do curvão, passando a ser pintado no capô, após o final do número.

A notícia final  para a Ford veio em 15 de agosto de 1945, quando o governo americano declarou encerrados todos os contratos de Jeep com a empresa. Imediatamente a produção parou totalmente e a Ford por exemplo, que já havia encerrado as entregas em 31 de julho (os números de série Ford vão até julho),  havia produzido somente 21.137 unidades referentes ao último contrato W20-01 8-ORD-4920 ( que previa um total de 65.432 unidades).

Willys MB Números de série Agosto:

1942 - 165xxx a 170xxx

1943 - 254xxx a 261xxx

1944 - 356xxx a 366xxx

1945 - 456xxx a 459851

Ford GPW Números de série Agosto:

1942 - 52356 a 61156 (8.800 unidades) - F-2 Contrato

1943 - 132187 a 139608 (7.421 unidades) - F4 Contrato

1944 - 214104 a 220097 (5.993 unidades) - F4 Contrato


quinta-feira, 13 de julho de 2023

O Jeep MB e GPW mês a mês - Parte 07/12

 Em julho de 1940, Karl Probst, o então consultor automotivo, foi para Butler como Engenheiro-chefe da Bantam e iniciou o projeto de veículo de reconhecimento que originaria o Jeep.

Em 23 de julho de 1941, a Willys Overland assinou contrato com o Corpo de Intendência (Quartermaster) do Exército americano, para produção de 16.000 Willys MA.

Em 30 de julho de 1942 uma carta enviada à Ford continha um pedido governamental para produzir 62.804 jipes. Em junho de 1943, um aditivo nesse pedido foi feito para mais 46.447 unidades. Antes disso, um primeiro aditivo feito em dezembro de 1942 havia adicionado 15.650 unidades. O pedido total (8º contrato) foi completado somente em junho de 1944 com um nível de produção de 1.700 unidades por semana.

Em julho de 1942 o porta-luvas (gloove box) tornou-se padrão no Jeep a partir do Willys MB serial number 156083. Depois de julho de 1942 havia em todos os Jeep MB a partir do serial number 158372, o soquete de acoplamento da ligação elétrica do reboque e também um protetor deste soquete, na parte interna da caixa  de ferramentas do lado esquerdo. Nesse mesmo mês e ano, o último MB com a inscrição em relevo "WILLYS" na parte traseira esquerda foi montado, assim como o último GPW com a inscrição "Ford" na mesma posição.

Em julho de 1942 ocorreu o segundo pico de produção do Willys MB. Nesse mês e ano, também as vedações de borracha nas portas das caixas de ferramentas, fixadas na carroceria, foram substituídas para vedações de material tipo juta (fibra têxtil) na parte de trás das portas (carrocerias ACM Tipo I).

Em julho de 1942, a partir do MB serial number 158372, foi adicionado um cabo de fiação para o trailer (reboque) e olhais de gancho na traseira. No MB serial number 164554 em diante, cabos de velas supressivos se tornaram standard e adaptador para pistola de graxa (grease gun) foi adicionado como parte do kit de ferramentas. Uma bomba de encher pneu também foi adicionada mas sem suporte para ela no banco traseiro. Também foram adicionados fixadores para a capota, no topo do quadro de para-brisas, do tipo padrão ao invés de botões de empurrar.

O silenciador do escapamento foi reposicionado para trás do eixo traseiro no Willys MB em 20 de julho de 1944 (serial number 352xxx). Em 15 de julho de 1944 o reforço do quadro traseiro tornou-se padrão e o interruptor de luzes do tipo puxar mudou para o tipo giratório nessa mesma época.

As últimas carrocerias feitas pela ACM, em julho de 1945, já não tinham mais previsão para a instalação do filtro de combustível na parede corta-fogo (firewall) lado direito. Nem para o silencioso, antes instalado na lateral direita. Na planta da Ford em Louisville, o GPW nessa época, usava pneus Goodrich, embora alguns saíram com os Goodyear.

Limpadores a vácuo padrão de fábrica foram adicionados em julho de 1945. Nessa época já vinham com pneus de estepe novamente, pois parece que a falta de borracha provocada pela guerra havia diminuído.

Em julho de 1945 foi o último mês e ano de produção do Ford GPW. Também foi o último mês do contrato W-6 com a Willys e início do W-7 (até setembro de 1945 - serial numbers 456xxx a 459xxx).

Willys MB Serial Numbers JULHO

1942- 155xxx a 165xxx

1943- 246xxx a 254xxx

1944- 346xxx a 356xxx

1945- 451xxx a 456xxx

Ford GPW Serial Numbers JULHO

1942- 41961 a 52355 (contrato F-2) - 10.394 unidades

1943- 125444 a 132186 - (contrato F-4) 6.742 unidades

1944- 208332 a 214103 - (contrato F-5) 5.771 unidades

1945- 274378 a 277891 - 3.513 unidades



sábado, 17 de junho de 2023

O Jeep MB e GPW mês a mês - Parte 6/12

Chegamos na metade do caminho, nesta série de 12 postagens, com datas de importantes acontecimentos e alterações na história de produção dos jipes militares da Segunda Guerra Mundial da Willys (MB) e da Ford (GPW). Vamos abordar o mês de junho, ao longo dos anos de 1940 a 1945.

Em 27 de junho de 1940 o Exército Americano enviou requisição para 70 jipes modelo Piloto, da Bantam. Eram os primeiros modelos do "caminhão de reconhecimento 1/4 ton 4X4".

Em junho de 1941, a Willys despacha os primeiros 1.500 modelos MA, números de série 78401 a 79900. Eram parte do contrato assinado ainda em novembro do ano anterior, e que também foi assinado pela Ford e pela Bantam. No total, a Willys entregou 1.555 unidades sob este contrato.

Em 08 de junho, um dia após o despacho relatado acima, o Subchefe do Estado-Maior emitiu decisão que nas próximas compras feitas pelo Exército de viaturas 1/4 ton 4x4, não haveria necessidade de manter os três fornecedores (Ford,Willys e Bantam) em virtude da busca pela padronização, porém seriam mantidos ao menos 2 fornecedores para possibilitar uma alternativa de fonte de suprimentos em caso de sabotagem.

A Ford, nesse caso, havia disponibilizado seu maquinário para a Spicer Manufacturing e assim, eixos foram produzidos para os jipes contratados, inclusive os da Willys e Bantam. Essa medida possibilitou o despacho de todos os pedidos e agradou ao Exército, que colocou a Ford como uma fornecedora imprescindível.

Em junho de 1941, foram produzidos exatos 292 Ford GP.

Ainda em 1941, em 30 de junho, a Ford recebeu seu terceiro contrato (DA W-398-qm -27) para 1.150 unidades. Deste contrato, ao final, 1.000 jipes foram despachados à China, 144 à Inglaterra e 06 para a Polícia do Exército em Ontário, no Canadá. 

Em junho de 1942, o 2º e último pico de produção do Ford GPW (cerca de 11.000 unidades).

No mesmo ano e mês, ocorre mudança nas vedações do porta-luvas e das caixas de ferramentas para um material de juta (fibra têxtil), no MB ,  a partir do SN 156083.

Em junho de 1943 os limpadores de mão individuais para o para-brisas são instalados, no MB. O defletor de ar tipo III ( sem tira de vedação), sistema de supressão de rádio tipo I, braçadeiras de aço estampada no para-brisas e clipes dos feixes de molas de suspensão do tipo envolvente também são itens que foram colocados. A flange do tubo de escape é soldada, no MB. Além disso, a tampa dos diferenciais passou a ser fundida e os refletores traseiros foram reposicionados quando o soquete elétrico para o reboque foi adicionado na traseira, lado esquerdo.

Em 22 de junho de 1944 é adicionado suporte para caixa do kit de primeiros socorros (AID) na parte traseira do painel de instrumentos, a partir do SN 345204, do MB.

Em 28 de junho de 1944, molas mais pesadas foram colocadas nos MBs. O interruptor de luzes passou a ser do tipo giratório, nos MBs.

Willys MB Serial Numbers (no chassis)

Jun 1942 - 147XXX a 155XXX

Jun 1943 - 238XXX a 246XXX

Jun 1944 - 337XXX a 346XXX

Jun 1945 - 445XXX a 451XXX

Ford GPW Serial Numbers (No chassis)

Jun 1942 - 31399 a 41960 (10.761 unidades)

Jun 1943 - 119419 a 125443 (6.024 unidades)

Jun 1944 - 202560 a 208331 (5.771 unidades)

Jun 1945 - 270309 a 274377 (4.068 unidades)






sábado, 27 de maio de 2023

O Jeep MB e GPW mês a mês - Parte 5/12

Mais uma postagem de nossa série de principais marcos e modificações relacionadas por mês, relativas aos jipes Willys MB e Ford GPW. 

Neste post abordaremos o mês de Maio na história da produção desses clássicos jipes de guerra.

Lá no início da história do Jeep, quando ele ainda não passava de planos e ideias, em maio de 1940, o Capitão Robert G. Howie chegou na Bantam, para trabalhar com os engenheiros nas especificações do projeto BRC (Bantam Reconaissance Car), que originou o Jeep, juntamente com o Engenheiro-chefe do Departamento de Artilharia do Exército, William Beasley.

Em 07 de maio de 1941, saíram das linhas de produção da Ford, 1.500 unidades do modelo pré-série Ford GP, fruto do contrato W398-qm-8887.

Entre maio a agosto de 1942 (modelos MID), as molduras nos orifícios de instalação das luzes traseiras foram eliminadas, no modelo MB. Os hood blocks (tacos de madeira) do capô ainda eram totalmente em borracha.

Em 1942, maio, é adotada uma nervura de reforço na estampa das caixas de ferramentas do GPW.

Também nessa época, ocorre o final do W-2 Contract e início do W-3, a partir do SN 142xxx.

Em maio de 1942, com a adoção das molas de reação de torque (torque reaction springs) no Jeep MB , a partir do Serial Number 146774, se reduziu drasticamente a tendência perigosa do Jeep puxar para a esquerda ao frear. Eram um feixe adicional instalado abaixo do feixe normal, no lado esquerdo dianteiro.

Os MBs construídos após o SN 143507 já têm os silenciadores ovais (muffle) ao invés de redondos, peça nº A-6118.

Os Jeep MBs serial numbers 120700 a 143507, e os GPW serial numbers 16.000 a 20.000, iniciam a partir de maio de 1942, o período dos chamados modelos EP (Early Production), ou produção inicial. Este período se estende até agosto de 1942 e respondeu por cerca de 7% da produção do total. Antes, existem os chamados VEP (Very Early Production), produzidos de novembro de 1941 a maio de 1942.

O período Early Production se destacava pelas seguintes características principais: adoção do filtro de ar modelo Oakes, silenciador oval, rodas de combate, fechadura na tampa do porta-luvas, ignição por chave, grade frontal estampada de 9 aletas tornou-se padrão, molas de reação de torque, ausência do soquete traseiro para iluminação do reboque (trailer), ausência do suporte e galão de combustível traseiro, ausência de farol black-out no para-lamas dianteiro esquerdo, volante em material plástico verde-oliva, estilo ainda inicial.

O gerador Autolite com rolamento selado foi adotado, a partir do SN 158007, em maio de 1942.

No GPW o botão das luzes era em plástico após maio de 1942, com letras em relevo preenchidas de branco. Nessa época também, o GPW possuía geralmente os relógios de instrumentos da marca Stewart-Warner, mas podia vir com os Autolite nos relógios de pressão de óleo e temperatura do motor.

Em maio de 1943 a cobertura dos fios de luz B.O Drive (luz black-out) têm cobertura trançada do fio, no Ford GPW. Os refletores (olhos de gato) ainda eram da marca GUIDE com moldura redonda e estampa F.

Ainda no Ford GPW, os assentos almofadados e acolchoados, sem molas e todos com fechamento em zíper, são característicos, (contrato F-4 maio de 1943).

No GPW os botões do afogador e do acelerador manual , em maio de 1943, eram os mesmos do estilo inicial do MB de 1941, em metal, com letras em relevo pintadas de branco.

Ainda em 1943, 04 Jeeps, 02 MB e 02 GPW, todos com datas de despacho (date of delivery) de 20 de maio, foram enviados para testes no Exército, para comparações de qual modelo seria melhor construído. Apesar dos resultados terem sido inconclusivos, alguns motoristas de testes preferiram o Ford GPW.

No MB de maio de 1943 o gerador Autolite muda com a adoção de bucha no lugar de rolamento.

Um reforço de madeira, instalado por trás do para-choque dianteiro, é adotado a partir de maio de 1943. Também é adotado o filtro de óleo Fram com formato cônico da tampa e dreno externo.

A carroceria Ford tinha os olhais de fixação dos straps (cintas) laterais (de porta) fixados na posição horizontal, ao contrário da Willys, que eram na vertical.

Em maio de 1944, o MB atinge novamente o pico de produção (11.000), o que não acontecia desde fevereiro de 1943.

Em maio de 1944, já sob o contrato W-5, o capô do MB é o mesmo padrão do GPW (modelos Late) últimos, com suporte para pistola de graxa sob o capô, lado esquerdo, na dobra lateral. Os pivôs da capota (que prendem o cajado, em formato de T) são do tipo tardio (late), código da peça WO A3719. Até maio de 1944 o interruptor de luzes era do tipo puxar, depois passou a ser do tipo giratório (rotatório).

Em 29 de maio de 1944 a Ford assinou o contrato (o 4°)  W20-01 8-ORD-4920 para construir 65.432 GPW. Esse contrato encerrou em 11 de maio de 1945 com o cancelamento, por parte do Exército, de 50.292 unidades. No total a Ford construiu 21.137 unidades deste contrato 8-ORD-4920.

Em maio de 1945, o GPW atinge o menor nível de produção (4.000 unidades), desde fevereiro de 1943.

Serial Numbers Willys MB:

Maio 1942 - 140xxx a 147xxx

Maio 1943 - 230xxx a 238xxx

Maio 1944 - 327xxx a 337xxx

Maio 1945 - 438xxx a 445xxx

Serial Numbers Ford GPW:

Maio 1942 - 22275 a 31198 (8.923 unidades) - F-2 Contract

Maio 1943 - 111170 a 119418 (8.248 unidades) - F-4 Contract

Maio 1944 - 196566 a 202559 (5.993 unidades) - F-5 Contract

Maio 1945 - 266014 a 270308 (4.294 unidades) - F-5 Contract


segunda-feira, 17 de abril de 2023

O Jeep MB e GPW mês a mês - Parte 4/12

Continuando a série, neste post mostraremos alguns dos principais marcos de produção e evolutivos do Jeep 1/4 ton 4X4 da segunda guerra mundial, que marcaram os meses de abril no período 1942 a 1945.

Em abril de 1942, a Willys Overland já estava produzindo e enviando jipes para o Canadá, Rússia e China. Também neste ano e mês, ocorreu o primeiro pico produtivo do Jeep Ford GPW, quando ultrapassou a marca de 10.000 unidades em um único mês, com exatas 11.195 unidades. Outro pico semelhante somente ocorreria mais uma vez, em julho do mesmo ano. Foi a maior produção registrada em apenas um mês, maior inclusive que os outros nove picos registrados para o modelo Willys MB, por exemplo.

Em 1942, o grupo de filtros (Filterretes) para supressão de ruídos e interferências de rádio-comunicação foi modificado, a partir do número de série 137916 do Willys MB, para um grupo que tinha a cobertura totalmente removível, possibilitando melhorar o acesso às conexões. A nomenclatura desse grupo de filtros também foi alterada de A-1517 para A-5980.

Abril é o mês, dentro de cada ano produtivo, que encerra os chamados modelos de produção "early" (iniciais).

Depois de abril de 1942 (serial number MB 137760), o marcador luminoso do velocímetro passou a ter intervalos de 1 m.p.h (milhas por hora). Também o marcador de nível de combustível passou a mostrar a escrita FUEL ao invés de GAS.

Ainda em 1942, abril, mais ou menos a partir do SN MB 137916, houve a mudança nos cilindros de freio traseiros de 7/8" pol. para 3/4" pol. A partir do SN MB 137909, o travamento da tampa do porta-luvas adota um novo padrão.

A grade estampada, que se tornou padrão do Jeep da segunda guerra, foi inicialmente desenvolvida pela Ford e após, adotada pela Willys  a partir de março de 1942, e deu fim ao seu modelo Slat Grille. Porém, o que pouca gente sabe, é que esta grade padrão era produzida na verdade, pela American Forge and Socket Co., uma fornecedora da Ford. Tanto no Willys como no Ford, esta grade inicialmente, até abril de 1942, não apresentava a pequena depressão central na parte superior da borda. A pequena depressão central foi adotada porque o capô estilo Ford tinha uma linha divisória (emenda) central cuja dobra era voltada para baixo e afilada, de tal maneira que chegava a cortar a proteção de tecido fixada na borda superior da grade, que servia como anti-ruído. Com essa depressão, a linha central encaixava-se ali com certa folga e possibilitava então resolver o problema e que qualquer modelo capô, Willys ou Ford, pudesse ser instalado.

Em abril de 1943, o motor, a partir do engine number 288835 teve mudança na cabeça do cilindro, que adota prisioneiros e porcas ao invés de parafusos.

Até abril de 1943, o cabeçote do motor Go Devil ainda não ostentava o letreiro WILLYS em relevo, na parte plana superior. E apenas após abril de 1944 foi adicionado o letreiro JEEP em relevo.

Em 1943 também houve nesse mês a mudança para medidores à prova d'água e o orifício de ventilação da base da bomba de combustível é removido. A caixa de direção é redesenhada.

Em abril de 1943 também, o Departamento de Pesquisas da Willys compilou um relatório, apresentado em 19 de abril, sobre constatações de compatibilidades e incompatibilidades verificadas após uma extensa inspeção pós-desmontagem de 2 Jeeps, um Ford e um Willys. Em comparação, por exemplo, o peso de um Ford era 3 libras maior que um Willys (2.340 lbs), incluindo-se todas as ferramentas, capota e suas partes laterais, estepe... O motor, seja completo ou sem a transmissão acoplada, era mais leve 10 libras, no Ford.

Em abril de 1944, são instaladas presilhas embaixo do banco do caroneiro, para fixação do cilindro do descontaminador.

Até abril de 1944 ainda não eram instalados, no MB ou GPW, o suporte para guia de lubrificação, no lado esquerdo da parte interna do capô do motor. Também até esse período, a capota de lona e suas cortinas (quando necessárias) ainda eram oferecidas normalmente, mas após, devido à escassez de lona, não eram mais fornecidas.

MB Serial Numbers ABRIL

1942 - 132xxx a 140xxx

1943-  222xxx a 230xxx

1944 - 319xxx a 327xxx

1945-  430xxx a 438xxx

GPW Serial Numbers ABRIL

1942 - 15001 a 78146 (Contrato F-2). Porém, ainda em abril de 1942, 3.884 unidades ainda foram produzidas sob o contrato F-1 (SN 11.116 a 15000).

1943 - 105233 a 111169 (Contrato F-4) - 5.936 unidades

1944 - 191016 a 196565 (5.549 unidades)

1945 - 260812 a 266013 (Contrato F-5) - 5.201 unidades

sábado, 1 de abril de 2023

4º ENCONTRO NACIONAL WILLYS

No último final de semana do mês de Março de 2023, nos dias 24, 25 e 26, realizou-se na cidade serrana de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, a quarta edição do Encontro Nacional de Willys e derivados. 

Em uma das regiões turísticas mais visitadas e bonitas do Brasil, o Centro Municipal de Eventos recebeu centenas de veículos da marca Willys e derivados, como os Jeep e Rural Ford, Jeep Kaiser e Gordini (fabricado sob licença da Renault). O evento já consolida-se como o maior da marca no Brasil, e um dos maiores do mundo, pois reúne a cada edição mais de 100 veículos da extinta marca americana e da Ford, que produziu veículos originários da Willys. 

Breve retrospecto da marca:  evoluindo ao longo do tempo, a Willys Overland foi adquirida pela Kaiser-Frazer em 1953 e sendo parte do grupo, teve o nome alterado para Willys Motors, e em 1963, para Kaiser Jeep. No Brasil, no entanto, com participação acionária da francesa Renault, foi denominada Willys Overland do Brasil S.A., sendo seu controle acionário adquirido e consolidado em 1969, pela Ford do Brasil, quando houve a fusão das marcas e a denominação breve de Ford-Willys, extinta em 1971.

Por isso, vários veículos utilitários e de passeio, como a luxuosa linha Aero/Itamaraty e o popular Dauphine/Gordini estiveram expostos, sendo prova da versatilidade e sucesso da linha originária do clássico Jeep da Segunda Guerra Mundial.

Com aproximadamente 150 inscrições, estiveram expostos 117 unidades. Fato que confirma o sucesso do evento nacional, pois não é fácil atualmente reunir tantos veículos de uma marca que se consolidou como produtora de veículos utilitários, para a paz e para a guerra, e cuja "idade" da maioria já ultrapassa os 50 anos de fabricação.

Foi um encontro de raridades, com o foco na originalidade, mas que também recebeu exemplares modificados (e com muita qualidade) , já que o Jeep ainda é um dos preferidos para a prática off-road no Brasil.

Estiveram presentes também pessoas muito especiais para a história da marca, num momento raro para se aprender e compartilhar conhecimento. Não vamos citar nomes para não corrermos o risco de esquecer alguém ou sem intenção, cometer injustiças, mas sem dúvida não poderíamos deixar de citar o Sr. Hugo Vidal, que esteve presente no evento.

Vidal participou de uma verdadeira aventura junto com outros 2 companheiros, todos escoteiros brasileiros, a bordo de um Willys CJ-3B. Eles partiram de São Paulo, em 1955, para o Canadá, a fim de participarem do maior evento mundial escoteiro que seria realizado lá, e depois, para o Alaska, percorrendo mais de 73.000 km ida e volta.

De organização primorosa, o espaço atendeu muito bem os expositores e visitantes, onde todos estiveram em área coberta. Houve também espaço para Camping, muito bem estruturado, e que foi ponto de encontro para confraternização. Área de alimentação, com chope de muita qualidade e claro, espaço para brick de peças e artigos antigos, mas também para acessórios e equipamentos, brinquedos e souvenirs. Show de bandas e artistas solo, ou seja, tudo o que um bom evento deve ter.

Pontos altos do evento, entre outros, foram a moenda de cana para guarapa, tocada pela PTO (Power take-off) de um reluzente CJ-5 1961, a palestra do Sr. Hugo Vidal e a premiação dos veículos destaque. Claro, pessoalmente, cada um dos participantes guardou no coração e na mente os seus momentos especiais. Quem não foi perdeu certamente um grande evento. Mas o próximo já tem lugar definido: será em Cascavel, Paraná, em data que no momento desta postagem, ainda não havia sido definida.

O blog jeepguerreiro teve a honra de poder participar como expositor e da equipe de avaliadores, tarefa nada fácil, dada a quantidade de unidades de qualidade.

Nestes eventos nacionais, no caso em um Estado da Federação localizado no extremo sul do país, sempre é uma façanha aqueles que chegam rodando desde sua terra natal, ainda mais de Jeep, que são veículos com características voltadas ao fora-de-estrada. Nesta Edição tivemos dois jipeiros raiz que percorreram mais de 2.400 km ida e volta, vindos de São Paulo (Ângelo Meliani e Marcelo Prado). Também tivemos pessoal que partiu de Cascavel e percorreu 830 km. Outros, de Santa Catarina, também rodaram mais de 500 km, e por aí vai.

A cidade gaúcha de Flores da Cunha teve um número expressivo de expositores, com aproximadamente 40 veículos identificados.

No total da exposição, predominou o modelo civil Jeep Universal CJ-5 brasileiro (incluindo 2 CJ-6), entre originais e preparados, mas o número de viaturas militares 1/4 ton Jeep impressionou e foi um espetáculo a parte. Onde reunir , por exemplo, 05 dos melhores Jeep M-38 do Brasil, ou 02 raros MB Slat Grill 1941? Ou então um raro Hotchkiss (similar ao MB, era fabricado sob licença na França, no pós-guerra). E perfilando-o, mais outros 08 jipinhos da época da Segunda Guerra Mundial, todos de um alto padrão de restauro e conservação, inclusive um de 1945, que nunca foi restaurado!

Jeep canhoneiro haviam dois, nacionais, mais jipes equipados com metralhadoras, com rádios de comunicação que funcionavam, enfim, a temática estava bem representada. Estavam presentes até mesmo o Sargento Tainha e o cabo Jonas! (dois bonecos temáticos expostos junto a dois Jeep)

Unidades do primeiro ao último modelo Aero-Willys feitos no Brasil (no caso uma versão do Itamaraty Ford) estiveram presentes. Três CJ-6, um 2 portas e outro reluzente 4 portas (Bernardão) se destacavam , mas um preparadão 4 portas também fez bonito.

Dois dos primeiros modelos Jeep civis importados ao Brasil, o CJ-2A 1946, estavam lado a lado.

Uma dezena do modelo Jeep militar brasileiro do início dos anos 80, que é popularmente conhecido como U-50 , estavam expostos. 

Duas Pick-ups Truck 1951 americanas, conhecidas como picape bicudinha, estavam lá para deleite dos curiosos que ainda não tinham visto ao vivo este raro modelo. Uma das primeiras versões da picape Willys brasileira, também estava lá, ano 1962. Assim como 03 Rurais nacionais "bicudinhas" do final dos anos 50, sendo uma versão especial de Brigada de Incêndio, e todas vieram rodando!

Dos primeiros CJ-5 produzidos aqui, tínhamos 02 unidades 1957, assim como umas das últimas unidades produzidas no Brasil, um Ford 1983. 

Enfim, um grande evento e momento para os amantes dos WILLYS e derivados.

Agora chega de papo e vamos ver algumas fotos, feitas por expositores.

















Sr. Hugo Vidal, autografando seu livro sobre a Operação Abacaxi






























































 
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