segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Um meio termo entre CJ-5 e M520

    Um dos primeiros Jeep CJ-5 militarizados para o Exército Brasileiro visto aqui em manobras na Lagoa da Conceição, em Santa Catarina, na década de 60. Os primeiros CJ-5 fornecidos ao Exército eram ainda muito próximos aos modelos civis, com pouquíssimas alterações. Muitos eram fornecidos até mesmo com o estepe na lateral e capota civil. Posteriormente então, conforme a necessidade, eram modificados conforme os padrões adotados a partir de 1961, como a adoção de  parachoques traseiros militares e principalmente colocação do estepe e suporte para camburão na traseira, mais convenientes à uma viatura militar , bem como a capota militar. Este da foto, aparentemente um modelo 1958 a 1960 , já apresenta a parte traseira com as características militares, embora a capota seja a do modelo civil. As lanternas militares traseiras (o par) só foram adotadas como padrão lá  pelo  final dos anos 60. Inclusive alguns modelos bem mais novos, pós-1967, idênticos aos modelos civis, mas por motivos desconhecidos por mim,  foram utilizados pelo EB surpreendentemente, como viaturas operacionais e não administrativas.

domingo, 13 de janeiro de 2013

A grade frontal estilo grelha no Jeep Willys

      O primeiro post de 2013 trata do Jeep que fez a transição das formas do Willys MA  para as formas definitivas do MB 42. Trata-se do Willys MB Slat Grill, que apesar de já ter a forma padrão geral de carroceria do caminhão 1/4 ton que se tornaria famoso na Segunda Guerra Mundial e que se tornou clássica, possuía uma grade frontal característica que lembrava uma "grelha" e lhe valeu o apelido.
     As datas consideradas "oficiais" de começo e encerramento de produção destes modelos de transição apontam para 18 de novembro de 1941, número de série 100212, como início de produção. A data de término de produção seria 6 de março de 1942, número de série 125800. Porém, em uma lista feita pelo site G503.com  contei cerca 584 números de séries (DOD), com 10 números anteriores a 100212, ou seja, dez unidades anteriores a 18 de novembro de 1941. Esta lista, pelo que pude verificar, teve sua última atualização em 2008 e relacionava os Slat Grill remanescentes pelo mundo, inclusive com o nome dos proprietários. Mas isto não quer dizer que todos eles estivessem em condições de rodagem, pois muitos foram relatados como em restauração ou achados para posterior reforma.
     Foram produzidos aproximadamente 25. 808 MB Willys Slat Grill. Eram semelhantes ao Ford GP em concepção e existiam uma série de diferenças em relação aos MB posteriores, com a grade estampada.
Lembrando que foi a Ford, com o GPW que estreou a grade estampada que ficou clássica, e não a Willys.
Entre outras diferenças estavam a marca Willys estampada na traseira, a ausência de jerrycan (camburão) na traseira e de algum conector de luz para reboque, ausência de farol de black-out (aproximação) sobre o paralamas, além é claro da grade.
Segundo Reg Hodgson, do Canadá, existem hoje menos de 25 sobreviventes, porém não especificava se somente nos EUA e Canadá ou se pelo mundo afora. Porém pela lista do G503 acredito que mais do que isso. Alguns afirmam que cerca de 300 ainda sobrevivem em condições no mundo. 
No Brasil conheço apenas 01 unidade sobrevivente, em perfeitas condições de rodagem, aqui no Rio Grande do Sul.
     Depois de vencer o contrato para a produção em série para o Governo, a Willys com o modelo MA, a ordem original era produzir 16.000 unidades. A concepção do modelo MA foi mantida, embora incorporasse no desenho o capô da Ford, a grade semelhante do GP. A marca Willys não estava mais estampada na borda frontal do capô passando para o lado esquerdo da traseira do Jeep, além dos faróis que foram incorporados definitivamente dentro da grade dianteira. A produção dos MB sofreu muitas mudanças, sendo que um "Slatty" de início de produção é um veículo substancialmente diferente de um de final de produção. Pelo menos 5.112 Slat Grills foram feitos sem porta-luvas (já fizemos um post sobre isso), cerca de 3.545 do início foram feitos utilizando um parabrisas mais curto estilo MA. Além disso saíram com o formato do tanque de combustível quadrado e depois adotaram o formato arredondado nas bordas da Ford, bem como o porta-luvas. A saída de escape dos primeiros MB também eram diferentes, sendo de formato circular, ao contrário dos posteriores, de formato oval. Filtros de ar diferentes estilo panqueca foram utilizados, marca AC e posteriormente Oakes, diferenças nos amortecedores, e as rodas eram sólidas, ou seja, não eram equipados com as "rodas de combate" desmontáveis dos modelos posteriores. O volante era em baquelite preto, depois nos MB posteriores eram em verde oliva.
A partir do DOD 108.452, de janeiro de 1942, o radiador sofre alterações.
A partis do DOD 112.925, de janeiro de 1942, foi adotado um filtro no regulador de tensão.
A partir do DOD 114.550, alteração no tubo de enchimento de óleo.
Com o DOD 118.599, de fevereiro de 1942, o fim das dobradiças duplas na caixa de ferramentas.
O DOD 120.680, do final de abril de 1942, marca o fim dos modelos sem porta-luvas, e finalmente o DOD  120.700 marca o fim dos modelos com rodas sólidas.
O DOD 124.309 marca o fim do filtro de ar AC "panqueca".
O DOD 125.800 6 de março de 1942 marca o fim dos Slat Grill, porém este DOD pode ser o 125.809.
     Um fato interessante é que no início, tanto a Ford como a Willys, estampavam suas marcas na traseira do veículo. Como a grade em grelha não possuía espaço para a  marca, isto acabou acontecendo naturalmente.Essas marcas ficaram conhecidas como corpos de script. Cerca de 34.000 Fords e Willys (17.000 de cada) saíram com estas marcas. Porém o Govermo americano não queria nenhum tipo de publicidade gratuita, por isso ambas, Ford com o GPW e Willys com MB, foram orientadas a abandonar as estampas.
    Com o ataque japonês a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941 a necessidade de um carro como o Jeep saltou para níveis antes inimagináveis. Basta comparar a ordem inicial de 16.000 unidades que saltou para uma produção de 25.808 , isso somente falando de modelos Slat Grill. Com a demanda explodindo, a Ford acabou ganhando também a permissão de produção. Os primeiros MBs que lutaram em campos de batalha (portanto fora dos EUA) não foram utilizados pelos americanos, por incível que pareça, mas sim pelo SAS britânico, força especial, no norte da África. Pelas cópias do Willys, feitas agora também pela Ford, denominadas GPW, a primeira nunca recebeu nenhuma taxa ou remuneração pela permissão.
A grade estampada de 9 aletas finalmente chegou ao Willys em 12 de junho de 1942, ao contrário dos Ford que a lançaram em 6 janeiro de 1942.
  "Slatty" modificado pelo SAS britânico para saltar de paraquedas.
 Slat Grill em Saipan, nas Ilhas Marianas , junho de 1944.
 O MB Slat Grill é apresentado.




 Traseira de um GP 1941 mostra a marca Ford.
 Notem que o Slat Grill inicialmente não possuíam farol de black-out nem jerrycan na traseira.

 Painel de um Slat Grill de final de produção.
Slatt Grill gaúcho, o único que conheço no Brasil.



 
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