segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Macarena" F-75 do Leitor

Uma foto como esta logo abaixo pode trazer muitas recordações não é mesmo? Principalmente para o leitor Marcos Ricardo, de Curitiba-PR. A foto não é de época, felizmente, pois esta F-75 4x4 1972 existe e está muito bem conservada nas mãos deste apaixonado por Efes.

A história de Marcos e esse modelo da Willys/Ford começa bem cedo, nos tempos de "piá", quando seu pai era motorista de ambulância Ford F-100 do extinto INAMPS. Sempre que podia ele acompanhava-o nas viagens mas sua maior alegria mesmo era na volta, quando a guardavam na garagem junto com as outras viaturas. Lá estavam Opalas reluzentes (rodavam pouco e somente com autoridades) , inúmeras outras F-100 picapes e furgões, alguns ônibus bicudos GM e Dodge, mas o modelo que mais chamava a atenção e despertava o interesse do menino era uma F-75 preta, que ficava sempre no mesmo lugar, atrás dos outros carros, denunciando que era pouco usada. Marcos achava aquele modelo diferente, com suas linhas já antigas mesmo para a época, mas muito bonitas e interessantes. Concordo com ele!
Indagado sobre o motivo daquela F-75 ser relegada a segundo plano, já que era a única da frota, seu pai contou que era porque preferiam as "outras". As outras eram as F-100. "Hoje até entendo porque, claro, as F-100 eram mais confortáveis e como estavam em Curitiba eram muito pouco usadas em trechos onde fosse necessária tração" - explica ele.
O tempo passou, mas as F-75 não saiam da cabeça de Marcos Ricardo. Há 3 anos atrás , a vontade e a oportunidade de ter uma só sua apareceu e ele adquiriu uma modelo 1979 "amarelona", parada embaixo de uma árvore, mas com o incentivo de seu pai decidiram dar nova vida a ela. Depois de ficar mais 6 meses com ela parada veio a primeira decepção: o trabalho de lanternagem/funilaria ia custar uma fortuna. Mesmo com dó decidiu vendê-la a um amigo uns meses depois. Até sua esposa, já contagiada pelo vírus da ferrugem, ficou sentida.
Mas o nosso amigo leitor do blog não desistiu e em 2010 encontrou essa bela F-75 1972 4X4, com motor original 6 cil BF-161 e toda original só precisou de uns ajustes e melhorias para ficar pronta e dar alegrias a seu novo dono. Ele a utiliza apenas em passeios com a família nos fins-de-semana ou em viagens curtas.
Sua paixão pela F-75 é tamanha que até nome ela tem: "Macarena". Certamente já faz parte da família!
A foto acima traduz muito bem o que disse Marcos: " ... toda vez que a vejo na garagem me remete às imagens que tenho guardadas na cabeça daquela F-75 preta com o símbolo branco do INAMPS, hoje INSS, toda empoeirada".
Realmente muito bem conservada e original.
Linhas ainda agradáveis e inconfundíveis, ela só existiu assim, no Brasil.
Parabéns ao Marcos Ricardo pela bela viatura.
Se você também quer ver aqui seu veículo Willys/Ford, seja ele Jeep, Rural ou Pick-up, civil ou militar, importado ou nacional mande sua história e fotos para alissonpaese@yahoo.com.br

Enquete encerrada

Com 131 votos (31%) o modelo CJ-5 recebeu a maioria dos votos na última enquete, que perguntou qual modelo Willys/Ford o leitor possui ou gostaria de ter. Isso mostra o imenso carisma e a preferência do modelo mais popular de Jeep. E, seguida, com 68 votos (17%), empatados, os modelos F-75 e Rural, ou seja, nada de muito imprevisível , já que se tratam dos modelos mais queridos e conhecidos do universo 4X4 brasileiro.
Obrigado a todos que participaram e em breve nova enquete.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Os canadenses e o Jeep na guerra

Vaucelles, França, 20 de julho de 1944. Jeep ambulância MB com soldados canadenses.




Identificando uma viatura: tem que ser bom de braço!


Realizando manutenção no front Europeu.




Soldados do R.C.A.M.C. (Corpo Médido do Real Exército Canadense) carregando um ferido em um Jeep Willys MB ambulância. Sousbeck, Alemanha, 6 de março de 1945.



Reabastecendo no front italiano.



Carregando dois feridos em Moro River, front sul de San Leonardo di Ortona, Itália, 10 de dezembro de 1943.
Cabe observar, como os soldados costumavam fazer inúmeras adaptações nos Jeep ,de acordo com as necessidades do front, como por exemplo, as padiolas para carregar feridos. Essas modificações também eram feitas nos reboques 1/4 ton para poderem transportar melhor os que necessitassem de apoio médico.
Crédito das fotos: National Archives Canada





terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um jeep "hermano"?

Sr. Adriano Júlio, ex-funcionário da Willys Overland do Brasil, em viagem à província de Missiones- Argentina, na região da fronteira (três marcos) em Foz do Iguaçu, em 1963. O Jeep da foto não era de fabricação nacional.
O Sr. Adriano contou-me que depois de um certo tempo de empresa, aos funcionários era permitido inscrever-se para adquirir um veículo disponibilizado pela frota da Willys. Lembra ele que seu primeiro "carro" foi um Jeep adquirido assim, da frota de uso para serviços da fábrica de São Bernardo do Campo-SP, em 1964.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quando o papel se transforma em arte

Dífícil explicar o fascínio que as miniaturas dos meios de transportes dos mais variados tipos causam nas pessoas. Mais difícil explicar ainda é quando a gente, mesmo possuíndo o tão sonhado veículo , de verdade, ainda sente vontade de ter uma miniatura dele. Mas pra quê, se eu tenho ele de verdade?
Talvez para podermos levá-lo para dentro do quarto, ou da sala e admirar as suas formas sem ir até a garagem. Vai saber. Eu mesmo sou assim, tenho o meu Jeep e não sosseguei até conseguir uma miniatura o mais parecido possível com ele.
Recentemente recebi estas fotos de um amigo proprietário de um Jeep CJ-5 1974 Azul Regata em excelente estado de conservação e originalidade. E claro, também tem a sua miniatura da relíquia.
Mas o mais interessante dessa miniatura, em escala 1:18, é que ela foi construída basicamente com papel, e mesmo assim o realismo impressiona, sendo rica em detalhes e principalmente pela fidelidade e proporções corretas. Realmente um belo trabalho. O nome do artista: Cláudio Moreira.
Notem que sob a reluzente obra de arte está um desenho do mesmo modelo, modéstia a parte, feito por mim. Se procurarem em post anteriores vão encontrá-lo também.





domingo, 13 de fevereiro de 2011

Placa traseira Rural

Interessante detalhe do suporte escamoteável da placa traseira da Rural. Notem o braço articulável. Este simples mecanismo permitia que, ao rodar com a tampa traseira abaixada, a placa de licença possa ser visualizada pelas autoridades de trânsito.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Fábrica da Willys brasileira em 1957

Linha de montagem da WOB em 1957, em São Bernardo do Campo, início da produção do CJ-5 brasileiro, ainda com menos de 70% de nacionalização, a carroceria ainda era norte-americana e o motor também: o Hurricane 4 cilindros, que pode ser visto em quantidade nesta foto. Reparem que o Jeep saía com o quadro de para-brisas preto e sem a tampa do porta-luvas.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Nossa Senhora dos Jeep

Todo mundo (os católicos) tem um santo preferido, no qual é devoto ou devota, e quando o caldo engrossa ou para agradecer por alguma coisa nós o invocamos.

Certo dia um cidadão me indagou: -" Nossa, bonito Jeep! Era do Exército? Como conseguiu ter um?"

Aí eu respondi: - "Com o suor do meu trabalho e rezando pra Nossa Senhora dos Jeep."

Pra quem não sabe segue a oração, traduzida do latim, bem acho que era latim (deu um trabalhão...!):


Willys embarrado e cheio de graxa

O seisão está convosco

Bendito sois vós entre os jipes

Bendito é o fruto de vosso poder:

Santa tração e reduzida da minha caixa

Acelerai por nós carburadores,

Agora e na hora do aperto,

Amém... doim torrado.


(Adaptado da oração do Maverick)


Notem que a oração era do tempo da Willys, por isso o seisão está convosco. Mas pode ser trocado por Ford e OHC, respectivamente, ou o que acharem melhor. A prece será atendida do mesmo jeito.


Para as Rural e Pick-up também tem:


Rural nossa que está na garagem,

Documentado seja vosso chassi,

Levai nossa tralha com vosso espaço

Mostre sempre a vossa valentia,

Assim na terra como no asfalto.

Viatura nossa de todo dia sejai hoje,

Perdoai as nossas barbeiragens

Assim como nós perdoamos quando nos tem enguiçado

E não nos deixeis na mão,

Mas levai-nos a todos os caminhos

Amém... doim torrado.


Autor: Desconhecido (prefiro assim, não espalhem que fui eu..rsrsrs)


O jeep no mundo da propaganda


Propaganda de outubro de 1945, promovendo um produto com a ajuda do Jeep. Aqui é importante reparar como os primeiros jeeps civis, do pós-guerra já começavam a fazer parte da vida dos americanos. O jeep que aparece na reprodução, no entanto, ostenta um padrão de cores que nunca foram usadas em série.
 
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