sábado, 28 de abril de 2012

O Jeep paraquedista - última parte


Última parte da série Jeep Paraquedista reproduzo relatório com operações desse tipo pela RAF e SAS britânico.

OPERAÇÕES DE LIVRO DE REGISTRO RAF Estação Tarant Ruschton:

Resumo de eventos (outrora confidencial):

17 de junho de 1944 - 1058 horas. Missão de decolagem por aeronaves de Esquadrão n° 644.15 combinações Halifax-Adriano tomaram parte. Codinome GIRASSOL X: 2 aeronaves Halifax de cada dos esquadrões 298 e 644. Saltaram 4 jipes, 12 contenedores, 12 soldados e 4 rodas sobressalentes para jeep. 01 "DZ" codinome Dingson 9. Duas aeronaves do esquadrão 298 e 644 saltou 4 jipes , 20 contenedores, 4 soldados, 1 feixe de macas e cobertores. 1 DZ codinome Bullbasket 6. Tempo nublado ao amanhecer.

27 de junho de 1944 - Operação Especial LUCRO VII . 01 Halifax pilotada pelo líder de esquadrão Norman do 644, saltou 02 soldados do SAS, 01 Jeep, 06 recipientes e 1 cesto. Sem DZ definida. Tempo nublado com chuvas à tarde e início da noite.

04 de agosto de 1944 - Esquadrão "Jeep" 4 do SAS (francês). DZ Malachappe/Morbihan. Operação Auray Perdido. 06 Halifax do esquadrão 298, 06 jipes lançados por paraquedas.

Relatório assinado por H. Quinlan (Tenente), Comandante de Grupo RAF Estação Tarrant Ruschton.

OUTRAS OPERAÇÕES REALIZADAS:

Operação Dingson - 160 homens, 4 jipes, do 4º batalhão paraquedista franceses (4 SAS) saltaram em Vannes/Bretanha para organizar resistência local e estabelecer base de operações. Julho/Outubro de 1944.

Operação Franklin- 186 homens do 4 SAS e 31 Jeeps para apoiar o VIII Corpo do US Army durante a ofensiva alemã das Ardennas. Dezembro 1944/Janeiro 1945.

Operação Hardy - 55 homens do 2 SAS com 12 Jeeps saltaram na região leste da França, noroeste de Dijon para operações de inteligência. Julho/Setembro de 1944.

Operação Kipling - 107 homens e 46 Jeeps do Esquadrão C do 01 SAS saltaram na área oeste de Auxerre, França Central, com a tarefa de ajudar os desembarques aliados pelo ar. Agosto/Setembro 1944.

Operação Spencer - 317 homens do 4 SAS com 54 Jeeps, saltaram em linhas inimigas e infiltraram-se para causar baixas nas forças alemãs em retirada. Agosto/Setembro de 1944.

Operação Wallace - 60 homens do 2 SAS em 23 Jeeps (divididos em 3 grupos) desembarcaram em Rennes para fortalecer bases do SAS na área, mais tarde atacaram o quartel general alemão em Chatillon. 1944.




quarta-feira, 25 de abril de 2012

O jeep paraquedista - Parte 2


Dando continuidade ao post anterior vamos detalhar um pouco essa história de "Jeep paraquedista", nos primórdios. Você vai conhecer inclusive a história dos jeeps Piratas, Corsário e Flibustier.
No livro Armour Airborne, de Keith Flint, o autor revela na página 131, que em 10 de junho de 1944 esquadrões Halifax efetuaram com sucesso a soltura de 6 libras de armas antitanque e seus jeeps e afirmando que os britânicos foram os primeiros a soltarem de paraquedas e com sucesso, veículos de rodas em combate. Com a técnica VADL, paraquedas de desembarque vertical, o paraquedas desacelera mais verticalmente. Raciocinaram no sentido de que se pudessem arcar com os custos de preparação e execução desse tipo de operação  especial não seria preciso arcar com os prejuízos de um avião de asas fixas ter que pousar (se conseguir espaço) em área hostil, mas simplesmente chegar perto e sobrevoar o local desejado.
O aparelhamento de itens para fazer VADL é uma forma de arte que requer profissionais dedicados, além do que se os itens lançados de paraquedas não puderem ser recuperados  torna-se muito caro para operações contínuas.
Um documento ainda, revelou que um grupo de 4 jipes teria sido lançado na Bretanha e alguns também foram lançados com o SAS sediado na  Bélgica, em Morvan e em Viena, em agosto de 1944. Dizia ainda que tudo seria cancelado em caso de mau tempo e adiado para a Op. Amherst, na Holanda em abril de 1945.
Na ocasião algumas modificações foram feitas nos veículos, contudo não se destinavam a facilitar a queda por paraquedas. Foram as seguintes: reforço no chassis, colocação de proteções antes da colocação dos tanques adicionais sob os bancos, dois tanques auxiliares laterais protegidos por camadas de espuma, montagem de pivô entre os tanques para adaptar uma metralhadora, remoção do banco de trás, colocação de uma porca borboleta para manter o pneu sobressalente no lugar.

Os problemas que a RAF (298 th e 655 Squadrons) teve que enfrentar:

A queda de um veículo carregado é uma operação muito delicada. É necessário levar-se em conta vários fatores:
-peso da carga a ser libertada
-seu transporte (para dentro ou fora do compartimento)
-o sistema de lançamento e o apoio adaptado (placa absorvedora de choque por exemplo)
-restrições do tipo peso, força do vento, velocidade do avião
-identificação da zona de aterragem e comunicação visual e rádio com a equipe no chão
-restrições ao se aproximar da zona de altitude de queda (redução da velocidade, direção do vento...)
O fracasso das primeiras tentativas levou à adoção de uma placa de manutenção e transporte com amortecedores de espuma de borracha para absorver o choque no pouso, além de tiras, ganchos e mosquetões durante toda a operação. Depois de vários testes, o paraquedas de 42 pés de diâmetro foi mantido. Usavam-se até quatro deles por veículo. O aparato devia ainda, pelas exigências do SAS britânico, como força especial, ser fácil de desmontar para rapidamente utilizar o Jeep.
Os Jeeps dessa força tinham modificações herdadas daqueles utilizados no norte da África. Assim, não possuíam parabrisas, sem banco traseiro, o volante tinha uma porca com alça no centro para torná-lo destacável, metralhadora sem tripé (no deserto utilizavam tripé). Em 1944-45 ainda receberam blindagem.

As  operações necessárias para a preparação de um jipe paraquedista:
- desmontagem e acondicionamento na aeronave
- entrega dos acessórios e retirá-los dos recipientes
- instalação e fixação do veículo sobre as placas de amortecimento
-instalação dos 4 paraquedas de 42 pés, 2 na frente e dois atrás
-escolha dos "kits": 1 Jeep com reboque ou 2 Jeeps sozinhos
                              1 Jeep com reboque de armas 57 ou 75 mm ou 2 Jeeps nos Halifax
(Segundo o regulamento do QG dos SAS, nota de 30 de março de 1945, assinado Prendergast, previsões de operação AMHERST, extraído do Livreto do Ar, Ministério da Aeronáutica Britânico, publicação 2453-B Forças Airborne)


 Compartimento de bombas de um Halifax


Foto abaixo: 24- bolsa dos paraquedas  26- bolsa de abertura retardadas das tiras
                    27- faixe de borracha de manutenção da correia automática de abertura
                    28- ganchos tipo 914G  29- cabo de suspensão da unidade extratora de paraquedas
                    30- 4 cabos e 1 alça de puxar p/ cima







Os paraquedistas na França Livre sempre foram apreciados pelo comando britânico, sendo criada uma seção de experimentação de técnicas que utilizou um C-47 Dakota americano para lançamento por cabo. A técnica foi bem desenvolvida e foi testada em tamanho natural e condição real na noite de 17 p/ 18 de junho de 1944. Eram 4 jipes que respondiam pelo batismo de fogo com os nomes de Pirata1, Pirata2, Corsário e Flibustier. Foram embarcados a bordo de 4 bombardeiros Halifax do Grupo 161 e foram liberados no município de Sérent de St-Marcel.
A operação foi um sucesso parcial pois só um jeep caiu no DZ e dois caíram em árvores e demorou-se horas para recuperá-los, mas todos intactos. Um deles, no entanto caiu em uma grande árvore e dobrou-se em V. Porém , em 3 de agosto, uma operação de paraquedismo perdeu 6 jipes e foi a última da temporada pelo SAS, onde no dia seguinte 12 foram então transportados por planadores.











No próximo post você vai tomar conhecimento de um documento outrora confidencial e uma relação de operações registradas pela RAF na Segunda Guerra Mundial.
Definitivamente não há como negar que o Jeep também foi paraquedista.


segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Jeep paraquedista - parte 01

Existe bem pouca documentação e comprovação sobre os primeiros Jeeps lançados de paraquedas durante a Segunda Guerra Mundial. Existem os que afirmam que isso não seria possível na época e nunca foi feito operacionalmente, pelos seguintes motivos: a capacidade dos planadores e aviões de transporte daquele tempo só permitiam carregar um Jeep, e ainda assim meio desmontados e alterados em muitas partes para diminuir o peso e caberem nas aeronaves. Retiravam-se o parabrisas, cortava-se parte dos parachoques dianteiros, recolocava-se o estepe na dianteira sobre o capô, entre outras modificações.  Além do que era sensato pensar que o jeep seria estraçalhado ao atingir o solo ou explodir devido ao tanque com gasolina. Assim, o que é admitido é o transporte desse veículo durante a Segunda Guerra Mundial, mas não o seu lançamento de paraquedas. Consta que numa única ocasião documentada, somente em 1947, o Exército Britânico lançou um Jeep desse jeito para avaliação sendo que os resultados não foram animadores. 
Porém, fiquei curioso sobre esta história e não me dei por contente com a explicação e efetuei uma pesquisa sobre o assunto. Como pode ser visto nas fotos abaixo, após a Segunda Guerra, com o avanço das aeronaves e sua capacidade, bem como dos métodos de lançamento, isso já era bem possível e praticado.
Mas a pesquisa se deteve nos primeiros lançamentos, ainda durante a guerra, para tentar ratificar ou então contestar a afirmação de que o Jeep - como se suas façanhas já não fossem suficientes - foi lançado sim de paraquedas durante aquela terrível guerra. Você vai conhecer a partir de agora neste post (e no próximo, em breve) uma compilação inédita desse fato histórico.

Os Jeeps do SAS, as Forças Especiais Britânicas, e não os americanos, foram os primeiros a lançarem os 1/4 ton 4x4 de paraquedas. Primeiro eles foram  transportados desmontados em pallets no compartimento de bombas dos bombardeiros Halifax sendo descartados na França para operações de apoio aos desembarques aliados no Dia D em 6 de junho de 1944. Relatos de pilotos sugerem ainda que um par desses jipes ainda estão enterrados num lago francês ao perderem o ponto de lançamento correto. 
Mais tarde também, foram transportados, mas não lançados de paraquedas, a título de curiosidade ,Jeeps blindados com vidros à prova de bala e armas antitanques, mas estes foram em pallets em navios.
A capacidade de soltar o Jeep dos céus não seria possível sem o trabalho de desenvolvimento dos "pacotes" e paraquedas e parece que esta capacidade veio conjuntamente com a necessidade de se lançarem outros equipamentos também, como armas antitanques, reboques, morteiros 75 mm, canhões 25 mm, tudo a partir inicialmente , do compartimento de bombas dos Halifax.


 Nas duas fotos acima, um M38A1 é lançado de um Fairchild C-119 durante exercício na Guerra da Coréia, 434 Rgmto de Transporte USAF.

 Acima, Jeep MB Willys preparado para lançamento aéreo durante a Segunda Guerra Mundial, Museu de  Duxford. Notem as crushable, panelas de metal sob os pneus destinadas a absorverem boa parte do impacto de aterragem.
Na foto abaixo, homens da Cia 557, 6 Rangers Airborne, preparando os veículos e outros equipamentos para demonstração de lançamento aéreo. Sttutgart, Alemanha, 28 de novembro de 1951, Base Aérea de Echterdengen. Foto: US Army.


 Acima, jeep MB "salta" de uma aeronave Halifax, da RAF (Real Força Aérea Britânica) nos anos 40.

 Acima e imediatamente abaixo um M38 é lançado durante a Operação Snow Storm (Tempestade de Neve) por um C-119 da USAF junto com a 82ª Div Aerotransportada (notem os soldados agarrando-se nas paredes da aeronave para "sair do caminho". Fotos de 1953.
 Nem sempre os pousos se davam conforme o planejado. Coitados dos Jeep, acabavam desse jeito aí embaixo. No caso dessa foto, trata-se de um Willys MB do 2° Batalhão do Regimento paraquedista britânico, no Egito, no período 1951-53. O paraquedas havia falhado.



sábado, 21 de abril de 2012

"A inveja do bairro"


    Achei este troço navegando na net e um tanto interessante. Segundo o "construtor", um norte-americano, trata-se da base de um kart cujo motor de 2 cilindros e 16 cv serviu para a montagem de uma espécie de réplica de CJ3B em chapa 20"" com estrutura de aço de apoio. Ainda possui estrutura de carro cortador de grama com transmissão a frente e  inclusive marcha a ré. Tem até engate de reboque. Uma interessante maneira de se lembrar de um Jeep, e prática também, já que pode ser utilizado para corte de gramados, um tour pelo sítio ou até para brincar um pouco. No anúncio o vendedor gabava-se: "Seja invejado em seu bairro!" Faria mais sentido se o futuro comprador também possua um Jeep ou derivado na garagem não é mesmo?

sábado, 14 de abril de 2012

Detalhes interessantes (enquanto tive tempo)

Um encontro de antigos para mim deveria durar vários dias, tal o número de detalhes interessantes nos veículos e informações trocadas com outros entusiastas, e ao encontrarmos os amigos então, quando nos damos conta sobrou pouco tempo para as fotos.
As fotos abaixo, são de modelos civis, já que anteriormente postei a parte "militar" do evento em Teutônia.

Para aqueles que apreciam o "tuning" , saibam que nem as pick-ups Willys escapam.

Notem abaixo detalhe do chassi de um CJ-5 e reparem na ausência das dobras de reforço e rebites na travessa abaixo da grade, além da travessa lateral que apresenta a extremidade mais larga em direção ao parachoque. São características dos primeiros CJ-5 brasileiros herdadas dos modelos com motor Hurricane.

Uma belíssima F-75 encarroçada muito provavelmente pelas antigas Indústrias Carraço, que antes da Willys transformavam as F-75 em versões cabina dupla e furgão. Esse já foi assunto de post aqui no blog.

O modelo da foto é 1965.


Os parachoque traseiros não vinha cromado originalmente e neste ano modelo sequer existiam, passaram a equipar as F-75 somente em 1967.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Dica cabo de velocímetro

Há algum tempo atrás, meu Jeep começou a apresentar funcionamento irregular do velocímetro. Na época, já havia instalado cabo e um conjunto novo de velocímetro e marcadores de combustível e temperatura, como parte do processo de restauração. O velocímetro funcionava perfeitamente mas no início eu possuía pneus recapados na frente o que em altas velocidades (para um Jeep considere altas velocidades 70 a 90 km/h) fazia com que o jeep literalmente estremecesse (não era shimmy) inclusive a carcaça da caixa de marchas e transferência, o que numa viagem, por andar a mais de 70 km/h mesmo em um curto espaço de tempo, depois disso o velocímetro não funcionou mais regularmente. Bom, coloquei pneus novos na frente, assim como havia feito com os de trás. A tremedeira desapareceu em altas velocidades, mas o velocímetro teimava em funcionar apenas quando queria. Desmontei a caixa de transferência para verificar o desgaste do pinhão e conexões e estava tudo em ordem. Coloquei um cabo novo, lubrifiquei-o por dentro, conferi o comprimento e a folga correta e o velocímetro voltou a funcionar......até que não encontrasse buracos e ondulações excessivas na estrada. Fiz o teste de girar o cabo na extremidade que é acoplada na caixa e o ponteiro do velocímetro girava, o que significava que com ele não era o problema, até porque era praticamente novo. 
Tentei colocar algo como um palito metálico entre a ponta do cabo e o alojamento no pinhão para eliminar a folga. Não obtive sucesso. Até que por sugestão de um amigo jeepeiro do CVMARJ , o amigo "Milk", experiente com os macetes mecânicos do Jeep, simplesmente decidi aumentar a largura da ponta do cabo que vai conectada na caixa de transferência (nas Rural e F-75 4x2 é na caixa de marchas). Como? Martelando essa parte do cabo. Umas 2 marteladas bem dadas e bingo, cabo lubricado e o encaixe ficou perfeito, sem folgas. 
Queria postar essa dica há mais tempo, mas esperei rodar vários e vários kilômetros até ter certeza que funcionava mesmo. 

Com o tempo é inevitável pequenas folgas nos encaixes, mesmo com o pinhão em perfeito estado, o que associado com cabos de velocímetro que mesmo novos não são como os de antigamente, pode fazer a gente quebrar a cabeça. Essa dica vale não apenas para velocímetro de Jeep, mas de qualquer velocímetro de carros mais antigos e também de motocicletas. 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

DIA DO JEEPEIRO

Parabéns a todos os Jeepeiros e Jeepeiras deste mundão de Deus. Seja de qual tribo for: trilheiros, preservadores...enfim, quem tiver um veículo 4x4, principalmente um Jeep.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dia T- III ESBVMA

 Os caminhões sempre chamam a atenção pela sua imponência..... Um REO 1969 e abaixo, um GM C-65 1970, todos 6x6.

 Dodge M37 repotenciada com motor Diesel
 Acima e abaixo, Engesa EE-34 3/4 ton nacional, com camuflagem para exportação para Angola, segundo o entusiasta Telmo Fortes.

 Viatura Land Rover, esta , assim como o Marruá , são operacionais do EB, do 6º BCom.


 Este Marruá versão pick-up era novinho, um substituto à altura das famosas F-85.

A presença dos amigos é sempre muito importante. Da esquerda p/ direita: Luis, Palharini (do blog 101 Airborne), Perin e o editor deste blog.
 
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