sexta-feira, 17 de março de 2023

O Jeep MB e GPW mês a mês - Parte 3/12

Dando continuidade a uma série de postagens acerca dos Jeep militares MB da Willys e GPW da Ford, na época da Segunda Guerra Mundial, mais especificamente do período de sua produção, de 1941 a 1945, mostrando as mudanças e marcos produtivos divididos por meses, neste post mostraremos fatos datados de março.

Em março de 1942 marca o início da produção da grade estampada (a partir do serial number 125809) no Willys MB, igual ao padrão Ford.  Porém, em ambos, ainda não havia a pequena depressão central na parte superior. Também houve a adoção do porta-luvas (gloove box), que na verdade era chamado de porta-mapas. No Willys havia nervuras de reforço na chapa da base do porta-luvas, sendo que no Ford isso foi adotado somente a partir de setembro de 1942. O tanque de combustível com a parte inferior de cantos arredondados é adotado. Todos os MB depois do serial number 120700 saíram com rodas de combate.

Os para-lamas dianteiros do MB podem ser identificados, por exemplo, por terem um único furo de fixação no lado direito, parte inferior, enquanto o GPW tinha 2, além de que no Willys, o ressalto da bateria era fixado em partes de chapa. No GPW essa protuberância era parte do para-lamas direito, sendo estampada tudo, e um F estampado na face plana superior dos para-lamas. Os primeiros MB tinham ainda para-lamas com 3 furos alinhados verticalmente na frente, para os defletores de ar laterais. Furos estes que foram removidos a partir do SN 125809 (março 1942). No entanto, todos os GPW possuem esses furos. Alguns últimos MB chegaram a usar para-lamas do tipo GPW.

Os pneus do GPW passaram dos Firestone Ground Grip para os Goodyear ou Pneus Ford em março de 1942, mas unidades desse mês ainda poderiam ser equipadas com os Firestone.

O muffler (silencioso) ainda era do estilo inicial (redondo/cilíndrico).

O MB usou o filtro de ar inicial (estilo "marmita") até o SN 124309. O GPW apenas durante o contrato F-1, ou seja, ao menos até o início de abril de 1942.

Em março de 1943, o interruptor de partida (pinos longos) é adicionado, a partir do SN 217543 no MB. Nessa mesma série também inicia a adoção da caixa terminal de rádio, fixada no lado direito interno da carroceria, embaixo do banco do passageiro. No GPW, isso ocorreu somente a partir de setembro de 1943. O cabo principal dessa caixa era conectado ao interruptor de partida (no pé).

Em 14/03/1943 o contrato governamental ORD 2798 (o sétimo) foi despachado para produção de GPWs (1.817 em Chester, 740 em New Jersey, 6.720 em Dallas, 6.471 em Louisville e 5.410 em Richmond). Mas o primeiro contrato governamental com a Ford, cuja ordem foi enviada por telegrama em 19 de novembro de 1940 foi para a produção dos primeiros 1.500 jeep Ford e previa que pelo menos 400 unidades deveriam estar prontas antes de 10/03/1941.

Em março de 1943 houve o término da contratual F-3 e início da F-4. A F-4 estendeu-se até janeiro de 1944, em sua primeira versão, e contemplou os SN GPW 101305 a 179758, com cerca de 78.545 unidades.

Junto com janeiro, março de 1943 foi o mês de menor produção do MB.

 Em março de 1944 (Contrato W5) foi adicionado o kit de aquecimento no MB, com conector de energia externo, aquecedor para motorista (fixado embaixo do painel, sobre os pedais) e capota especial de lona, fechada.

Em março de 1944 o GPW decai a sua produção, mantendo o mesmo até o final daquele ano.

MB Serial numbers:

Março 1942 - 122xxx a 132xxx   Março 43 - 216xxx a 222xxx  Março 44 - 310xxx a 319xxx

Março 45 - 420xxx a 430xxx

GPW Serial numbers:

Março 1942 - 2196 a 11115 (8.919 unid.)   Março 43 - 99722 a 101304 (1.582 unid.)

Março 44 - 185022 a 191015 (5.991 unid.)  Março 45 - 254876 a 260811 (5.935 unid.)

Em março de 1945, o GPW teve o maior nível de produção daquele ano (cerca de 6.000) e o MB também teve o maior nível nesse mês, mas com cerca de 11.000 unid.

Também interessante que nesse contrato era fornecida a roda sobressalente sem o pneu, devido à falta de borracha (escassez de fornecimento). Algumas unidades também já vinham equipadas de série com 2 limpadores de para-brisa a vácuo.

Voltando ao kit "Cross-country", era resultado de um estudo para aprimorar a mobilidade de veículos militares sobre rodas em operações no deserto por exemplo, fruto de experiências mal-sucedidas no norte da África, que mostraram, a princípio, que o uso de pneus mais largos e maiores era a solução. O kit era basicamente a troca dos pneus originais do jeep pelos 7,50 x 16, mas consistia ainda, em correntes, compressor de ar movido a motor Westinghouse, mangueiras e tubo de ar colocados atrás do para lama dianteiro direito. Faziam parte também, espaçadores e alargamento do suporte de estepe (que já era aquele último estilo, de 2 parafusos) e um adaptador para corrigir a leitura do velocímetro.

A demanda por este kit de conversão foi muito baixa e ele foi simplificado, eliminando-se o compressor e a mangueira. Veículos com esse kit tinham a fama de serem rápidos para um jeep, principalmente em segunda marcha.

 
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