terça-feira, 29 de março de 2011

IKA - parte 2


Dando continuidade ao assunto, o primeiro modelo IKA foi um jeep em 1955/56 como já relatei no post anterior. Agora vamos conhecer um pouco mais desse modelo argentino de Jeep.
Naquele país o CJ-5 recebeu novas e inéditas denominações: JA3PB, JA2PB, JA3UB, JA3CB, JA1MA. Nas fotos acima pode-se perceber que o CJ-5 argentino era bem diferente do nosso e tinha mais opções de carroceria. Até mesmo uma versão com capota conversível de fábrica, parachoques diferenciados e calotas, uma farda de passeio do Jeep. Esse modelo (JA3CB) possuía a carroceria argentina do JA3UB e o parabrisas era bipartido. Outro modelo interessante era o Jeep Pick-up que podia ter tração simples sem opção de 4x4 ou a versão que podia ter a tração dianteira também. Sua carroceria era diferente de tudo que foi feito para o Jeep, note o caixote na parte posterior dos paralamas dianteiros. Também existiu a partir de 1971 em versão a diesel. Esse modelo também possuía parabrisas bipartido. O JA3UB era um Jeep com tração apenas traseira e sem opção da 4x4. O JA1MA possuía tração 4xe, carroceria americana e parabrisas inteiriço, além de uma capota diferente.




Painel bem diferente do brasileiro e americano. A caixa de direção também.

Motor 4 cil a gasolina 151 de 77 cv.

Esta é a versão, digamos padrão, do jeep argentino. O JA3UB . A partir de 1958 a carroceria americana não era mais encontrada, pelo menos até onde eu sei. A maioria possuía capota de aço, devido ao clima subtropical onde faz muito frio no inverno. Por isso, várias empresas produziam estas capotas naquele país. Notem o estribo embutido na carroceria.

Versão para passeio

Modelo com tração traseira apenas e carroceria americana

Carroceria argentina para carga


Modelo com tração4x4 e carroceria americana. Acho que era usado também em versão militar. Aliás os militares argentinos também importaram em grande quantidade os CJ3B/M606.
Os Jeep IKA tiveram sua produção interrompida em 1978. Utilizavam motor 4 cilindros com vávulas de escape e admissão laterais no bloco Continental 151 pol (2.480 cc) a gasolina, de 77 cv a 3.600 rpm e torque de 11,6 mkgf a 2.000 rpm, com taxa de compressão de apenas 6,86:1. Adotavam carburador Carter WCD 2807 S, caixa de transmissão de 3 velocidades, com relação de diferencial 4,56:1, tanque de combustível de 45 litros. O sistema elétrico era 6v com dínamo inicialmente (em 1966 ainda era assim). Usava pneus 6.00 x 16. Distância entre-eixos (carroceria argentina) de 2.057 mm, peso (vazio) de 1.100 kg. O consumo médio , segundo teste da revista argentina Parabrisas, era de 7,3 km/l, com velocidade máxima de 130 km/h (será?) e aceleração de 0 a 100 km/h em 28 s. A produção total foi de cerca de 38.388 (4x4, 4x2, Militar, Conversível).
O jeep IKA Pick-up (JA2PA e B) também teve sua produção encerrada em 1978, com exceção da sua versão Diesel que iniciou em 1971 e encerrou em 1974. A versão a gasolina (NAFTA) tinha a mesma motorização do restante da linha J, ou seja, o 4 cil 151. A versão a diesel que teve vida curta, usava um 4 cilindros de 1946 cm³ de 45 cv a 3.000 rpm e troque de 12 mkgf a 1.500 rpm. A taxa de compressão era de 21,0:1. A transmissão e relação de diferencial também era a mesma do restante da linha J. O JA2PA ou o B eram um pouco mais pesados também (1.160 kg vazio). Tinham entre-eixos maior (2654 mm) e eram mais largos na carroceria (4.200 mm contra 3.600 mm dos JA3UB, C e M). Foram produzidos 46.629 JA2PA e B , entre versão a gasolina e a diesel.
Os IKA, pelo que sei até agora, usavam eixos Dana 44 atrás e Dana 25 na frente.



segunda-feira, 28 de março de 2011

IKA : os jeeps hermanos - parte 1


Anuncio 1969


Anuncio 1960


Você já ouviu falar em modelos de veículos utilitários chamados Estanciera, Jeep JA3UB? E Baqueano?

Já viu um Jeep IKA?Antes de ver as imagens acima? Se não, então dê uma boa olhada e depois vamos conhecer um pouco da empresa que os produziram.

Apesar dos nomes desconhecidos para alguns, essas são denominações de modelos similares aos nossos valentes utilitários Willys. Só que na versão, digamos, "castelhana".

Para explicar melhor, é melhor iniciarmos falando da fábrica que os produziram. Tratava-se da IKA, iniciais de Industrias Kaiser Argentina. Ela foi uma empresa que revolucionou a indústria de automóveis argentina. Era uma empresa argentina com capital americano. Ela foi considerada um monumento à modernidade da indústria automobilística daquele país, e atraiu um batalhão de engenheiros de todo o mundo junto com maquinário moderno. Em apenas 13 meses um império de produção de veículos foi erguido. Ela foi fundada em 19 de janeiro de 1955, quando Henry Kaiser e o governo argentino se associaram. Localizada em Santa Isabel, Córdoba, foi a primeira fábrica nacional de automóveis. Tinha mais de 280 hectares de área. Em 12 anos mais de 20.000 trabalhadores dependiam da IKA.

Em 22 de abril de 1955 o famoso Jeep Cj-5 foi produzido e vendido ali pela primeira vez. No ano seguinte, em 27 de abril, foi produzido o primeiro jeep totalmente argentino, com diferenças significativas de carroceria e motorização em relação ao original norte-americano, e tamanho foi o sucesso que somente 145 dias depois eles produziram mais de 1.000 jipes!

Em 1959 foi formada uma joint-venture com a Renault surgindo a IKA Renault. Em 1962 ainda houveram outras associações mistas com a American Motors de Detroit, dando início à fabricação dos modelos Rambler na Argentina.

Voltando um pouco, em 1956 cerca de 2400 Jeep Pick-up haviam sido fabricados, em 1957 entrou em produção a Estanciera e em 1958 o Carabela, o primeiro grande carro de turismo feito na Argentina. Em 1965, no 10º aniversário, ela produzia 4 modelos Renault: Dauphine, Gordini, R4L e R4F. Seis modelos utilitários: Jeep, Jeep Pick-up, Estanciera (inclusive versão táxi), caminhão Jeep (Baqueano) , Jeep Gladiator.

Em 1975 ela deixa de se chamar IKA, para Renault Argentina S.A.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Willys Pick-up Jeep 1967 digital

Vejam que belo trabalho, parece até uma foto do modelo real.
Totalmente modeladas em 3D, essas figuras me dão a impressão que ainda existem F-75 (no caso das fotos , Pick-up Jeep) 0Km para vender, tamanha a qualidade com que ficam as imagens!
Ou parecem aquelas miniaturas em escala 1:18 com alto grau de fidelidade. Ah, se existissem mesmo....
Essas preciosas imagens retirei do blog do amigo Dan Palatnik, cujo link está aí ao lado (A Garagem digital de Dan Palatnik). Lá é possível encontrar uma infinidade de modelos de autos antigos reproduzidos digitalmente.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Rural em dois tempos

Com a Rural era assim, na praia ou indo pro sítio ela não escolhia caminho, com muito espaço para a bagagem.

sábado, 19 de março de 2011

Willys Gastal em dois tempos

Dois momentos distintos da antiga concessionária Willys, Gastal, do RJ. Acima, o lançamento da Pick-up Jeep em 1960, mais conhecida por F-75 (denominação da fase Ford).
Abaixo, interessante foto mostra a chegada de um Jeep CJ2-A novinho 1947. Chegavam dos EUA parcialmente desmontados em caixotes de madeira.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Linha de montagem 1953

Aspecto da fábrica da Kaiser Jeep logo após adquirir a Willys em Toledo, Ohio, em 1953. Em primeiro plano na linha de montagem, um CJ3B seguido por um M38A1 militar, que daria origem ao CJ-5 civil em 1955.

domingo, 13 de março de 2011

Willys "Cachorro Louco"



Se os Jeep Willys/Ford militares já estão ficando escassos nos quartéis , imaginem as F-85. São muito difíceis de se achar ainda na ativa no Exército (em 2009 achei uma na ativa no 3º BPE em Porto Alegre). Mas prova de que ainda existem algumas é esta que eu encontrei, até pouco tempo atrás ainda estava na ativa. É um modelo 1966, na época o nome era Camioneta Militar Jeep 4x4 , mas muitos a conhecem pelo apelido "Cachorro Louco". Apesar de estar faltando alguns itens ela está bem íntegra, com a lata em boas condições, inclusive a capota, sendo muito boa para restauro. Alías o local onde a fotografei é daqueles que enchem os olhos dos que como eu, adoram o cheiro de ferrugem e garimpar peças originais. Foi nesse lugar, um paraíso de sucatas militares, onde encontrei meu Jeep. Para quem se interessar a viatura das fotos está à venda.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Willys acidentados no RJ

Duas fotos retratando acidentes envolvendo Willys, no Rio de Janeiro da década de 50 do século passado. Acima, um CJ3B bastante avariado. Abaixo, uma Willys Station Wagon (precursora da Rural) abalroada num cruzamento.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Faróis e Filtros para Willys MB/ Ford GPW

Quem possui um veículo antigo sabe da dificuldade que é achar peças originais ou mesmo compatíveis, para manter em condições de uso a sua relíquia. Ainda mais quando este veículo tem mais de 50 anos de existência e é importado.
Hoje vou falar de dois casos específicos relacionados a um modelo de Jeep especial: o pioneiro Willys MB/Ford GPW, veteranos da época da Segunda Guerra Mundial.
O primeiro caso trata de alternativas para quem procura os faróis destes modelos. Segundo especialistas em MB , parceiros do Clube de Viaturas Militares Antigas do RJ, ainda é possível achar os faróis GE-USA nas casas do ramo e auto-elétricos. Custavam até bem pouco tempo atrás na faixa de R$ 35,00. Trata-se do modelo 4.000 s enão me engano, luz alta/baixa, 3 polos. Esse farol tem uma inscrição na lente, na parte superior: 2C1. Na caixa consta 4.000 Low Beam, GE Headlight Incandescent, 4 Headlight System; Round Shape. É um sistema usado para luz alta e baixa em modelos com quatro faróis. Nesses modelos, quando está na baixa apenas ele fica ligado (no caso os dois da parte externa). Quando está na luz alta, os 4 faróis são ligados. O sitema de 3 pólos significa um para o terra, um para a baixa e outro para a alta. Na etiqueta d eimportação da General Electric do Brasil consta o código MK-2027-LI (HUN-05).
Os farós dos MB/GPW têm 5 3/4" (146,05 mm) de diâmetro e saõ Sealed Beam (lâmpada selada). Não são fáceis de achar mas parece que serviam também nos tratores Ford. No Brasil, existe um farol de VW Brasília que tem o mesmo diâmetro, mas não é do tipo Sealed Beam, o que permite a troca de lâmpada caso estrague, não necessitando trocar todo o conjunto. Os faróis do Dodge 1800/Polara (os primeiros, com 4 faróis) também possuíam a mesma medida ou semelhante (146,05mm).

O segundo caso é a alternativa para os filtros de óleo. Para os MB/GPW é possível usar os MANN FILTER PF1155 (cbt, Mercedez-Benz, Toyota). São compatíveis com FRAM C4DB e TECFILL L4/1. Além disso, as Toyotas, com motor MB 314 ou 364 têm o filtro diferente da primeira série, que usa os filtros parecidos com os do Jeep Willys MB. Por isso, é só pedir os filtros para Toyotas dos anos 60/70/80, vem escrito na embalagem. A única coisa que não funciona é a borracha de vedação que tem de usar a antiga.
Segundo um especialista em filtros, em entrevista na Revista Meio Filtrante, os filtros antigos e seus números eram Ford J-4 (atual PF1155 Mann), o J30 e 31 da Chevrolet (atual PF1190 Mann. O J-3 era da Willys Overland, e só depois começaram os filtros de papel. Filtro de óleo era em refil, uma lata encravada com um tubo central onde era inserida uma estopa, rayon. E eram vendidos em autopeças, oficinas e postos.
 
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