sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A Roda-Livre

Acima, roda-livre manual. Abaixo, o modelo automático do Jeep.


O inventor da roda-livre foi o americano Arthur Warn, de Seattle, lá no início dos anos 50. No Brasil, a primeira roda-livre foi lançada pela AVM em 1957.
Em 1953, três amigos a bordo de um CJ-3B do mesmo ano, se aventuraram numa viagem de mais de 70.000 km, subindo as Américas e chegando até o Alasca. Na volta, conheceram o americano e instalaram aquele equipamento até então inédito para eles, e devido ao excelente resultado , Hugo Vidal, que chefiava a expedição, teve a idéia de produzi-lo no Brasil, sob a licença de Warn. O sucesso do equipamento veio logo, tamanha a sua utilidade. Hugo e sua empresa passaram a produzir para vários tipos de veículos que necessitassem , e em 1964 a Willys homologou o equipamento tornando original dos seus utilitários. De acordo com anúncios de época, a roda-livre passou a ser opcional na Rural/Pick-up 4x4 e Jeep em 1966 passando a ser de série em 1967, adotando o modelo automático.
Mas porque a roda-livre deu tão certo? Por duas razões: pela sua simplicidade de funcionamento e pelo enorme benefício que traz em termos de economia de combustível e de equipamento. A sua função é desacoplar, mediante um comando, as rodas dianteiras da transmissão e seus elementos de tração, como cardã e semi-eixos, cruzetas e rolamentos, quando a tração 4x4 não for utilizada. Isso gera uma grande diferença de dirigibilidade já que poupa os elementos da direção e transmissão, reduzindo o ronco característico do diferencial e fazendo o veículo andar mais "solto". Assim, as rodas dianteiras ficam apenas com a função direcional, o que ajuda também a reduzir o shimmy (trepidação) em velocidades elevadas.
Uma roda-livre não costuma dar manutenção e só deve ser desmontada quando tivermos de trocar um rolamento de roda por exemplo, ou quando a própria roda-livre precisar ser trocada por causa de mau funcionamento. Talvez o maior cuidado seja mesmo na montagem, onde não deve-se utilizar graxa, já que o equipamento vem lubrificado com graxa a base de grafite.
Sim, mas por quê o Jeep demorou tanto para adotar esse equipamento? Talvez porque ele fora projetado para atuar quase que o tempo todo no fora-de-estrada, seja em operações militares ou em fazendas, no campo, em estradas de péssima trafegabilidade e demais atividades pesadas operando em baixa velocidade e quase sempre com a tração acionada. No centro das rodas dianteiras existiam apenas duas flanges frezadas onde se encaixava os semi-eixos.
Existem dois tipos de roda-livre: a manual e a automática. A manual tem o incoveniente de ter de descer do veículo e girar o "botão" para ligar ou desligar a tração, sendo necessário prever a necessidade de utilização nos caminhos a percorrer, para não correr o risco do engate e do enfrentamento da situação se tornarem difíceis. A grande vantagem é a robustez, sendo a preferida pelos que fazem trilhas médias e pesadas, além do reduzido número de peças. Em trilhas ela apresenta maior segurança pois os engates são mais precisos, mas deve-se ter o cuidado com galhos e pedras que podem tocar na roda e desacionar a tração.
Já a roda-livre automática, original nos Jeep, não necessita a descida do veículo para acioná-la, basta parar o veículo, de preferência, e engatar a tração através das alavancas no assoalho (no caso dos Jeep antigos). Esse modelo, principalmente nos Jeep antigos como o CJ-5, é mais indicado para quem utiliza o veículo em um fora-de-estrada menos intenso. É que a automática pode se desacoplar mais facilmente em fortes solavancos e em descidas ela praticamente não atua se não usarmos um pouco o acelerador pois trabalha como uma catraca de bicicleta, onde ao pedalar (acelerar) ela engata.


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Jeep: 71 anos de história HOJE

Bantam Pilot Model em testes

Um raríssimo Pilot Model preservado?

Notem ao fundo, ao lado do Pilot, está um BRC 60 (Mark II)



No amanhecer de 22 de setembro de 1940, dois engenheiros da Bantam Car Co. entraram em Camp Holabird, Mariland, Estados Unidos, com um pequeno carro que iria mudar a história mundial.
(Traduzido site G503)
Era o protótipo do primeiro veículo de reconhecimento 1/4 ton 4x4 que ficaria conhecido como Jeep, que entrava no campo de testes e ia deixar os militares boquiabertos. Embora o projeto já fosse conhecido internamente nas Forças Armadas Americanas, era a primeira vez que o viam ao vivo e pronto para a ação. Denominado Bantam Pilot, seria a base inclusive para os modelos Willys e Ford concorrentes, com os MA e Pigmy, respectivamente. Reunindo as qualidades dos 3 modelos e a capacidade de produção da Willys e Ford surgiu o MB e o GPW, versões definitivas do famoso Jeep de guerra.
Feliz Aniversário Jeep!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Fotos EVMA 2011 parte II

Esta segunda parte são de fotos cedidas pelo amigo e preservador de viaturas militares Milton Moller Filho, leitor do blog e que esteve presente no evento em Copacabana. Meus agradecimentos pelas belas fotos!

Kübelwagen, o correspondente alemão do Jeep. Este parece ser uma réplica, não tenho certeza.



Jeep Kaiser M606


Ford MUTT M151.

Ford GPA, o Jeep anfíbio.

sábado, 17 de setembro de 2011

Fotos 4º EVMA do CVMARJ Parte I

Alguns registros feitos pelos amigos do blog que estiveram no Forte de Copacabana no 4º Encontro de Viaturas Militares Antigas e Atuais, e como não poderia deixar de ser, muito Jeep de cair o queixo! Esta primeira parte são de fotos cedidas pelo 1º Tenente de Comunicações Moura, que faz parte também do Regimento Inconfidentes, de Minas Gerais, grupo de preservadores de viaturas militares que vem se destacando nacionalmente. Meus agradecimentos pelas belas fotos!


Toyota Xingu pronta para desembarque aéreo.

Acima, protótipos nacionais Chivunk (E) e o Gaúcho (D), projeto conjunto com a Argentina.





Acima, um raríssimo Ford Pigmy, antecessor do GPW.









quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Rural "PEGA BANDIDO"

Acima, Rural 4x2 Luxo da Polícia Militar do Estado de São Paulo.



Acima e abaixo, Rurais 4x4 da Polícia Militar do Estado de São Paulo, durante cerimônia de entrega das viaturas.



As Rural Willys eram excelentes para o trabalho, foram usadas extensamente pelos serviços públicos, principalmente nas cidades do interior. Estes modelos policiais no entanto, eram menos comuns que as Chevrolet Veraneio , quase um sinônimo de carro policial no Brasil. O desempenho, espaço interno maior e principalmente as quatro portas fizeram com que elas tivessem a preferência frente à Rural.




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dia da Independência 2011

O Jeep que deu origem a este blog cumpriu ontem mais uma vez, uma nobre missão.

Dois veteranos companheiros: juntos, são 134 anos de pura história, bravura e serviços à Pátria: Jeep Willys 1967 ex-8º Bimtz, representando o atual 6º BCom , juntamente com o veterano pracinha "Thesco", 1º Pelotão, 9ª Companhia, 11º Regimento de Infantaria da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial.
Dono de uma memória surpreendentemente lúcida, falante, demonstrando uma integridade física que certamente poucos atingirão na mesma idade, ele estava lá, me esperando para guiá-lo na avenida, apesar do vento , clima frio e ameaça de chuva.

Crédito da foto: AAOMBG 6º BCom

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Museu Guarda Nacional New Jersey

O museu da Guarda Nacional de New Jersey, em Sea Girt , na costa leste dos EUA, guarda algumas raridades em termos de jeeps.
O jeep da foto abaixo é uma espécie de protótipo do CJ-2A. Interessante notar o estepe no lado direito e as primeiras versões de pneus utilizadas no Jeep militar.
Um M38A1 certamente não poderia faltar.
Uma versão alongada para o MB Willys. Seria feita especialmente para a Guarda Costeira. Talvez tenha inspirado a criação do CJ-6/M170?

O interessante veículo abaixo é um Protótipo Extra Leve para Lançamento de pára-quedas, na tradução do nome original. Não tenho maiores informações sobre esta viatura, parece que tinha mecânica Chevrolet e foi idealizado na época da Segunda Guerra Mundial. É realmente bem raro.
Aqui está um Bantam BRC 40, onde tudo começou...
Austin MK1 Cargo Truck, um Jeep "inglês".

 
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