domingo, 29 de março de 2015

A Pata Choca Willys - Cargo Personnel Carrier



Este modelo da Willys norte-americana, nunca chegou a ser produzido no Brasil. Sendo raro até mesmo no seu país de origem. Era voltado especialmente ao mercado externo.  Segundo a listagem citada no livro de Jim Allen, de 1989, de 1955 a 1961, período de produção do modelo, foram produzidos no total 91 unidades com motor F-Head 4 cilindros e 299 unidades com motor 6 cilindros . Tinham o número de série 55048-06 (4 cilindros) e 55468-06 (6 cilindros).
Os primeiros 3 dígitos indicavam o chassis/Tipo de carroceria: 550- Especial em chassi do truck (pequeno caminhão);  554- Carenagem lisa em chassi do truck ; 4 - 4 cilindros; 6- 6 cilindros; 8- tração 4 rodas; -06 indicava os modelos com carroceria especial convertida, no caso, indicava Cargo Personnel Carrier.



Por aqui desembarcaram poucas unidades, cuja quantidade é ainda desconhecida,   do modelo tipo 4/75, que é o modelo com a carroceria de perfil baixo e sem portas metálicas, mais voltada ao uso militar, mas que também teve seu destino comercial o mercado  civil. Este modelo tinha o quadro de parabrisas diferente do modelo de serviços públicos, com parabrisas bipartido e estrutura mais robusta do quadro. A carroceria deste modelo era mais baixa e larga, chegando a exceder a largura da cabina. Podia transportar até 12 pessoas sentadas e ainda rebocar canhões de artilharia. A coluna de direção podia tanto ser à esquerda ou à direita,conforme o país de destino do produto. O estepe ficava sempre no lado que ficava a coluna de direção. 

Era equipado com o motor Hurricane 4 cil (modelos que vieram para cá) ou o 226 de 6 cil Super Hurricane , todas com  tração nas 4 rodas. Vinha com um guincho PTO Ramsey na frente e opcionalmente com um dispositivo conhecido como "governor" ou em bom português, "governador", que consistia em uma espécie de controlador de velocidade, pois mantinha a velocidade do veículo estável,independentemente da carga ou aclive, através do controle da rotação do motor. E o "governador" fazia isto sozinho, pois ele monitorava o giro através de uma segunda polia acoplada a do virabrequim que aumentando ou diminuindo o giro fazia com que ele acionasse, através de  alavancas,  comandos do carburador e restabelecia a velocidade pré-regulada.
No Brasil foi utilizada apenas para uso militar no  Exército. Hoje conheço apenas 01 unidade , 1958 , remanescente no país, no Museu Militar Brasileiro em Panambi, RS. 
Fotos de uma unidade CPCarrier do EB em manobras em agosto de 1960 no RS.

Este CPCarrier pretendia ser uma opção ao Dodge M37 na substituição das WC da Segunda Guerra Mundial, tanto que era chamada de "Pata Choca Willys" em alusão à Pata Choca Dodge. No Brasil foi logo preterida pela Pick-up Militar Willys (F220)conhecida como F85 "Cachorro Louco" desenvolvida pela Willys brasileira. No mercado americano, a CPCarrier foi substituída pela pick-up Kaiser Gladiator, que na versão militar era denominada M-715.



Willys Overland Motor Company CARGO PERSONNEL CARRIER:
Relação do diferencial: 5,38:1 (4 cilindros) ou 4,88:1 (6 cilindros)
Pneus: 7.00 x 16 6 lonas tipo militar
Distância entre-eixos: 118 pol
Eixo traseiro: Dana Spicer 44 semi-flutuante
Eixo Dianteiro: Dana Spicer 25
Transmissão:  3 marchas Warner T-90E

Motores:
4 cilindros F-Head Hurricane 130 c.c.
Razão de compressão: 6.9:1
Potência: 75 hp a 4.000 rpm
Torque: 11,4kgmf a 2.000 rpm
Carburador: Carter YF-8325A

6 cilindros Super Hurricane L-Head 226 c.c.
Razão de compressão: 6.86:1
Potência: 115 hp a 3.850 rpm
Torque: 19 kgmf a 1.800 rpm
Carburador: Carter YF-2204S

 Fotos: acervo do autor e Angelo Meliani.

 

segunda-feira, 9 de março de 2015

O cavalo moderno

 Homenagem a Inezita Barroso, que morreu na data de hoje. Também ela guiou muito um Jeep. No caso, este da foto, rodou a bordo cerca de 6.200 km entre São Paulo e a Bahia fazendo um levantamento etnográfico recolhendo registros musicais, falas  e manifestações folclóricas. Na foto acima aparece recebendo as chaves do Jeep 1956, no qual em 1957 iria viajar. Ela chamava o Jeep, na época, de "o cavalo moderno". Jovita, pintado na lateral era o projeto de um filme, que não chegou a ser produzido.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

MARCAÇÕES EM JEEP DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA

Você já ouviu falar dos bumper codes em Jeeps da Segunda Guerra? E dos hood numbers?
As marcações em viaturas militares eram a sua identificação, denunciando a que Unidade pertenciam e o registro do veículo ( no caso dos hood numbers. No caso específico dos Jeep utilizados pela nossa gloriosa Força Expedicionária Brasileira e pela 1aDIE (Divisão Expedicionária), reunimos informações acerca das marcações corretas para identificação de Jeeps MB e GPW no padrão FEB.


Marcações da FEB
Abaixo, o significado dos bumper codes (códigos numéricos pintados no para-choque, com letras de 2pol, ou 5,080 cm):
FEB 100, Quartel General da 1ª. DIE
FEB 101, Infantaria Divisionária da 1ª. DIE
FEB 103, Artilharia Divisionária da 1ª. DIE
FEB 210 A, Companhia do Quartel-General, Tropa Especial
FEB 210 C, Pelotão de Polícia, Tropa Especial
FEB 210 D, Companhia de Manutenção Leve, Tropa Especial
FEB 210 E, Companhia de Intendência, Tropa Especial
FEB 210 F, Companhia de Transmissões, Tropa Especial
FEB 210 N, Centro de Triagem
FEB 310, 1º. RI (Sampaio, Rio de Janeiro)
FEB 320, 6º. RI (Caçapava, São Paulo)
FEB 330, 11º. RI (São João Del Rey, Minas Gerais)


N, Cia. de Canhões Anticarro:
G, Destacamento de Saúde
FEB 410, I Grupo de Obuses Auto-Rebocados (Rio de Janeiro)
FEB 420, II Grupo de Obuses Auto-Rebocados (Rio de Janeiro)
FEB 430, III Grupo de Obuses Auto-Rebocados (Quitaúna, São Paulo)
FEB 440, IV Grupo de Obuses Auto-Rebocados (Rio de Janeiro):
C, 3ª. Bateria
FEB 510, 1º. Esquadrão de Reconhecimento
FEB 610, 9º. Batalhão de Engenharia
FEB 710, 1º. Batalhão de Saúde:
A, B e C: 1ª, 2ª e 3ª Cia de Evacuação; D: Cia de Tratamento;
K: Destacamento de Comando. (Geralmente, o K era pintado ao lado direito do número do regimento)
FEB 1010 Depósito de Intendência [O código é diferente porque ele não pertencia à 1ª. DIE, mas sim à FEB]


Números de contrato ("hood numbers") dos jipes da FEB:


Todos os veículos e aviões fabricados pelos Estados Unidos, já saiam de fábrica com um número, uma espécie de "registro" do contrato de sua fabricação. Grande parte dos jipes americanos que chegava na Itália, veio em serviço com as tropas que subiram desde o Norte da África, mas é possível que muitos jipes novos tenham sido entregues à FEB, saídos da grande base de suprimentos americana, a "Peninsular Base Station", em Nápoles/Livorno, que recebia comida, remédios, armas, tanques, aviões e viaturas novinhas, tudo para manter o esforço de guerra. Nas fotos dos jipes da FEB, são poucas onde estes números - escritos nas 
laterais do capô, sempre com oito dígitos começando por 20 - aparecem claramente. Alguns dão a impressão de que ainda eram os números originais, pintados em azul fosco ("blue drab"), recurso usado para que os números NÃO APARECESSEM em fotos, na maioria, em preto e branco. Uma vez em campo, a maioria destes números era repintada, muitas vezes, de forma bem tosca. A maior parte das fotos dos jipes da FEB nem mesmo mostra o "hood number", que parece ter sido "apagado". Eis aí um grande mistério a ser desvendado. Nas  fotos abaixo, alguns dos poucos exemplos onde ao menos parcialmente eles aparecem.
Fonte: CVMARJ e Grupo Caminhos da FEB.



 
 



 
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