Mas a história do Jeep militar brasileiro não acabaria no
último ano de sua produção. Um novo, porém derradeiro capítulo surgiu quando
por necessidade de mantê-los em operação, já que não haviam substitutos, em 1986 a empresa paulista
Bernardini S.A. é contratada para “repotenciar” os velhos Willys/Ford.
A
principal alteração ocorreu na motorização: a substituição dos BF-161 6
cilindros fabricados até meados de 1975 por um GM 2,5 litros 4 cilindros
151, com 82 hp a 4.400 rpm e torque de 17,1 kgmf a 2.500 rpm, do veículo Opala.
Os poucos CJ3B remanescentes também sofreram a troca dos Hurricane pelos GM
151. Os Jeeps repotenciados pela empresa paulista foram denominados CJ5B/12,
“B” de Bernardini e “12”
de ½ ton. Isso explica porque muitos Jeeps descarregados em leilões apareciam
com essa motorização e plaquetas de identificação como modelo 1986, ou 1992 por
exemplo. Os “Bernardini” recebiam reforços nas longarinas para receberem o novo
motor e foi necessária uma flange na para acoplar a caixa seca GM e a
transmissão Willys/Ford e nova furação no assoalho. Outras modificações foram
feitas no sistema elétrico: limpador elétrico do parabrisas, caixa de fusíveis
sob o painel, nova chave de seta/luz alta/baixa com led indicador no painel, novo
comando de afogador e adoção de pisca-alerta, novo chicote elétrico, instalação
de sistemas de luzes militares com chave NATO (padrão OTAN), nova aferição nos
instrumentos como velocímetro e marcadores de combustível e temperatura do motor,
luz de mapa e suporte para o fuzil FAL no painel.
Interior de Jeep Bernardini.Notem a adoção da barra anticapotamento.
Alguns ainda recebiam novo volante e novo espelho retrovisor
interno, bem como nova caixa de porta-luvas. Externamente era visível a adoção
de barra anticapotamento (santo antônio) , adoção de refletores amarelos nas
laterais dos paralamas dianteiros, lanternas black-out dianteiras (torpedinhos)
sobre os paralamas, e atrás,lanternas
civis em conjunto com as militares protegidos por uma grade, tomada de força
elétrica com 7 vias para reboque e novo escapamento.
Novas plaquetas de identificação foram fixadas no painel
próximo ao porta-luvas e no cofre do motor no lado esquerdo.
O Jeep ganhou maior autonomia com novo tanque de combustível
e economia de combustível com o novo motor, bem como nova capacidade de carga,
fazendo com que o Arsenal de Guerra de São Paulo e a Bernardini S.A. dessem uma
sobrevida a essas viaturas.
Existem ainda alguns Jeep “Bernardini” bem como alguns
“originais” inclusive o motor, prestando serviços no Exército. A totalidade desses
“originais” no entanto, se deve a modelos com motor OHC Ford 4 cilindros. Após
a extinção da Bernardini S.A. os Jeep remanescentes continuaram a ser
modificados nos Parques Regionais de Manutenção do Exército, onde
atualizavam-se alguns itens conforme a necessidade, como sistema de direção,
bancos, freios, possibilitando o uso até os dias de hoje, convivendo com Land
Rovers, Engesas, JPX e o Agrale Marruá.
Acima, Jeep Ford, mas não repotenciado pela Bernardini, ainda na ativa em quartel no Rio Grande do Sul.
Hoje, os modelos militarizados de fábrica dos veículos
Willys/Ford estão sendo preservados Brasil afora, sendo que possuem um valor
histórico muito grande e de maneira geral apresentam também maior valor de
mercado, pois os custos e dificuldades de uma restauração criteriosa é maior
devido às características das peças e acessórios, de uso mais restrito.
Acima, Jeeps Ford repotenciados em Pirassununga, SP.
Jeep Bernardini em leilão.
Preciso encontrar emblemas U-50 para mi jeep Ford U 50 brasilero año 1980,alguien sdabe donde venden o quien fue el fabricante de esa insignia?, gracias
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