O primeiro Jeep
Universal Willys CJ3A ficou pronto em 23/12/1948, na fábrica em Toledo, Ohio.
Somente neste período foram produzidos 308 unidades, obviamente já como modelos
1949. Por isso,oficialmente este modelo surgiu em 1949. Nesse mesmo ano, foram
exportados 600 Jeeps CJ3A Alpine (dos Alpes) para a Suíça. Em junho do mesmo
ano, o Exército dos Estados Unidos encomendou 4.000 Jeeps M-38, a versão
militar (na verdade militarizada) do CJ3A, cujo primeiro teste piloto deu-se no
último dia de 1949. Foram produzidos cerca de 130.000 CJ3A nos seus cinco anos
de produção. A produção encerrou em meados de 1953, de onde saíram da linha de
montagem naquele ano 10617 unidades de CJ3A. O M38 já estava fora de linha
desde julho de 1952. O final do ano de 1952 e até meados de 1953 possui um fato
marcante na história do Jeep, pois dividiam a linha de montagem o CJA, CJ3B
(surgido em dezembro de 1952) e o moderno M38A1 militar (surgido em junho de
1952) , que deu origem mais tarde ao CJ-5.
O exemplar de CJ3A
que apresentamos neste post é um modelo 1952, muito bem restaurado e de
propriedade do amigo, leitor do blog e entusiasta de Jeeps e outras máquinas
antigas, inclusive bicicletas, Jivago.
Segundo nos conta, a
história deste CJ3A iniciou-se por acaso, pois ele procurava um modelo
"42" , o clássico Willys MB militar, cujo exemplar já era conhecido
pela família, que havia possuído um na década de 70. Por isso, inicialmente, a
ideia era militarizar o CJ.
Porém, em busca de
maiores informações, decidiu-se por resgatar a originalidade quando um amigo de
Vilha Velha, no Espírito Santo, opinou afirmando que um veículo militarizado
será sempre militarizado, nem civil, nem militar originalmente. É um espírito
santo mesmo esse amigo, pois ajudou Jivago a tomar essa sábia decisão.
Como nos relatou, o
processo de restauração não foi fácil: viagem a longas distâncias atrás de
peças, contatos com o exterior, trocas de ideias com amigos entendedores de
todo o país, troca de oficinas, prejuízos com serviços mal executados e
fornecedores descompromissados, quebra-cabeça para entender variações de cores,
peças e detalhes que são invisíveis para muitos, mas se tornam alvos para os
mais puristas... A semelhança com vários casos de restauração não é mera
coincidência.
Essa
"aventura"iniciou em 2005, e um fato muito legal relatado é que o
processo possibilitou além da aprendizagem, dividir os momentos de trabalho com
o seu pai. A restauração teve de ser interrompida por diversas vezes, sendo
efetivamente retomada em 2013. Jivago nos conta que ainda serão adicionados
alguns acessórios e que um veículo antigo é uma eterna composição, pois se
acabarem os detalhes o Hobby não estará completo. Ele nos cita algumas
características originais de seu CJ3A que revelam a sua dificuldade no restauro
e o seu esmero na busca da originalidade:
S dos freios dianteiros;
Rodas Rebitadas;
Lanternas traseira americanas
lente reta;
Lanternas dianteiras lente baixa;
Tampa traseira com recortes
característicos;
Tanque boca larga e tampa
original;
Mangotes de freio 6” americanos;
Porcas e estojos de rodas rosca
esquerda;
Caixa de ferramenta com logo
Jeep;
Limpador de parabrisaTrico a
vácuo;
Jumelos em U;
Escapamento original passando
acima da travessa;
Direção com sistema de duas
barras;
Arranque no pé;
Relógios e botões do painel
Saidas de água laterais e
inferiores no assoalho;
Detalhes dos estribos dianteiros
com reforço na lata;
Entre outros tantos detalhes, todos
itens citados seguindo fielmente o original.
Lanternas NACO americanas originais lente reta.
Os primeiros CJ3A tinham o quadro de parabrisas pintado na mesma cor da carroceria. A partir de 1952 adotou-se a cor preta como padrão.
Segundo Jivago
"os agradecimentos infelizmente não podem ser personalizados para que não
corramos o risco de não esquecer ninguém, uma vez que muitos amigos nos
ajudaram com conselhos, links, materiais, dicas, venda de peças e
principalmente no incentivo para seguirmos em frente com o projeto visto que as
dificuldades foram inúmeras."
* Texto elaborado
pelo autor do blog segundo o relato enviado pelo leitor e colaborador. Fotos de
autoria do leitor e proprietário do veículo. Permitida a reprodução citando a
fonte.