Dando continuidade à abordagem histórica acerca do Jeep militar argentino, mais especificamente o modelo militarizado adotado como padrão, cabe salientar que as Forças Militares daquele país utilizaram também concomitantemente modelos importados como o M38A1, CJ3B, M606A2 e depois da cessação do Programa de Assistência Militar estadunidense, voltaram-se à Europa com a adoção de modelos UNIMOG da Mercedes-Benz.
Acima, um M38A1 americano, denominado VUG - Veículo de Utilidade Geral 1/4 ton 4x4 Willys.
As
denominações iniciadas com "M" foram adotadas, segundo um fórum
argentino especializado, no início da década de 1970 pela nova IKA-Renault, mas
existe material de 1965 com essa denominação e serviam tanto para versões civis
ou que se destinavam aos militares:
M101 (antes
JA-3UA) era o Jeep mediano de tração 4x4
M102 (antes JA-3UB) era o Jeep mediano de tração simples
M103 (antes JA-2PA) era o Jeep Pick-Up (similar ao 101 Bernardão brasileiro) de tração 4x4
M104 (antes JA-2PB) era o Jeep Pick-Up (similar ao 101 Bernardão brasileiro) de tração simples
M102 (antes JA-3UB) era o Jeep mediano de tração simples
M103 (antes JA-2PA) era o Jeep Pick-Up (similar ao 101 Bernardão brasileiro) de tração 4x4
M104 (antes JA-2PB) era o Jeep Pick-Up (similar ao 101 Bernardão brasileiro) de tração simples
Também nessa
época, desenvolveu-se o modelo M109, pick-up tração simples e motor Indenor XD
4.88 Diesel, de baixíssima produção -
entre 1971 e 1974 foram cerca de 424 unidades.
Em 1970 foram
produzidos dois protótipos adaptados para uso militar . Um de carroceria
"mediana" e outro "largo" (mais longo - Pick-up), ambos de
tração 4x4. Eles eram a base para o modelo militar 101 que em 1974 seria
incorporado ao Exército Argentino e outras Forças como a Armada (Marinha) e até mesmo Forças Militares Uruguaias. Esses protótipos podem ser vistos em testes no material reproduzido abaixo:
Abaixo, um IKA Jeep das Forças de Segurança uruguaias.
Não existem
informações exatas sobre o número de unidades produzidas deste modelo
militarizado, porém os argentinos estimam com grande probabilidade que não
foram mais que 1.200 unidades no total, entre 1974 e 1976, portanto, são
modelos bem raros. A produção dos M101 e M103 foram encerradas em 30/03/1976.Os
modelos civis continuariam a serem fabricados por mais um ano e meio apenas, em
versões 4x2.
O Exército
Argentino, estima-se, recebeu 500 unidades de IKA-Renault M101 Militar (300 em
1974 e 200 em 1976). A Força Aérea adotou também vários M102.
Os modelos
1974 eram equipados com sistema de iluminação militar composto de lanternas de
escurecimento ( torpedos) importadas ,americanas, em conjunto com chave
seletora no painel para troca de luzes militares(escurecimento)/civis (de
serviço).
Acima, traseira padrão dos modelos 1974.
Os M101 de
série do Exército , não possuíam a palavra JEEP estampada nas laterais dos
paralamas dianteiros, o parabrisas não era basculante (somente o quadro) e o
curvão do painel não possuía a tampa de baterias como nos M38A1 , CJ-5
americanos ou os primeiros IKA de 1956/início de 57 "curtos".
Baseados no
Kaiser M606A3 americano, foram modificados alguns IKA M101 para o sistema 24V.
Para isso era equipado com 2 alternadores, um de 12V que abastecia o sistema
normal e outro auxiliar de 24v fixado mais acima no lado direito do cofre do
motor, além da adoção de relógio SIAP no painel para monitorar o sistema . Além
disso, a bomba d`água tinha duas polias pois era comandada por uma correia para
cada alternador. O de 24V abastecia 02 baterias em série para o sistema de
comunicação (geralmente Philips VRC 3.600) e eram fixadas em uma base sobre o
assoalho traseiro entre a base do paralamas esquerdo e a tampa traseira, que
era fixa. O rádio de comunicação era fixado em uma base sobre o paralamas
direito. Para completar, duas antenas eram fixadas com um suporte, uma em cada
lado da traseira do veículo, no lado externo.
Acima, um dos modelos com sistema elétrico 24 Volts.
Já os modelos
1976, tinham apenas 01 alternador, os aros dos faróis dianteiros eram mais
quadrados (nas dobras, não no formato obviamente) e todos os faróis eram do modelo civil, por
isso atrás, não havia os enormes buracos para embutir as grandes lanternas
militares da série M americanas. Ali foram colocados no lugar um farol
giratório ou equipamento de rádio comunicação com base 12V ou uma base de
antena, conforma a Unidade, ou ainda incluía-se lanterna de escurecimento no
lado esquerdo traseiro.
Segundo o
Manual do Exército Argentino RT-40-255 de 1' e 2' escalão, de 1977, o modelo
101 era denominado VEE 1/4 Ton 4x4 -
Jeep IKA Renault modelo 101. VEE significava "Vehículo Equipo
Especial".
Acima, um exemplar dos modelos 1976, mais simples.Na imagem acima, percebe-se um outro modelo de capota, menos utilizada.
Abaixo, militares argentinos posam para foto durante o conflito nas Ilhas Malvinas, em 1982, entre Argentina e Inglaterra. Nota-se um IKA Jeep M101 à esquerda.
Abaixo, parada militar, com modelos canhoneiros.
Ficha Técnica
Jeep IKA M101:
Motor:
Ika Continental 4L 151
Ciclo: 4 tempos, válvulas de escape e admissão laterais no bloco
Ciclo: 4 tempos, válvulas de escape e admissão laterais no bloco
Disposição:
Dianteiro Longitudinal
Cilindrada (cm3): 2.480
Número de Cilindros: 4
Diâmetro x Curso (mm): 84,1 x 111,1
Relação de Compressão: 6,86:1
Potência (CV): 77 a 3.600 rpm
Torque : 11,6 kgmf a 2.000 rpm
Tração: Traseira / 4 Rodas
Refrigeração: Agua (10,1 litros)
Combustível: Gasolina Comum
Sistema de Alimentação: Carburador Carter WCD 2807 S
Transmissão: 3 marchas a frente
Relação Final: 4,56:1
Capacidade de Combustível (litros): 70
Peso Vazio (Kg): 1.100
Comprimento (mm): 3.600
Largura (mm): 1.750
Altura (mm): 1.840
Distância entre-eixos (mm): 2.057
Bitola Dianteira (mm): 1.225
Bitola Traseira (mm): 1.225
Freios: a Tambor
Direção: Rosca sem-fim
Suspensão Dianteira: Eixo rígido
Suspensão Traseira: Eixo rígido
Pneus: 6.00 x 16"
Sistema Elétrico: Dínamo 6 V (12V a partir do final dos anos 60), 45 A
Consumo Médio ( Km./l ): 7,3 *
Aceleração 0 a 100 Km./h ( s ): 28,0 *
Velocidade Máxima ( Km./h ): 130 *
*Revista Parabrisas Nº 66, Junho de 1966
Proibida a reprodução do texto sem citar a fonte.Cilindrada (cm3): 2.480
Número de Cilindros: 4
Diâmetro x Curso (mm): 84,1 x 111,1
Relação de Compressão: 6,86:1
Potência (CV): 77 a 3.600 rpm
Torque : 11,6 kgmf a 2.000 rpm
Tração: Traseira / 4 Rodas
Refrigeração: Agua (10,1 litros)
Combustível: Gasolina Comum
Sistema de Alimentação: Carburador Carter WCD 2807 S
Transmissão: 3 marchas a frente
Relação Final: 4,56:1
Capacidade de Combustível (litros): 70
Peso Vazio (Kg): 1.100
Comprimento (mm): 3.600
Largura (mm): 1.750
Altura (mm): 1.840
Distância entre-eixos (mm): 2.057
Bitola Dianteira (mm): 1.225
Bitola Traseira (mm): 1.225
Freios: a Tambor
Direção: Rosca sem-fim
Suspensão Dianteira: Eixo rígido
Suspensão Traseira: Eixo rígido
Pneus: 6.00 x 16"
Sistema Elétrico: Dínamo 6 V (12V a partir do final dos anos 60), 45 A
Consumo Médio ( Km./l ): 7,3 *
Aceleração 0 a 100 Km./h ( s ): 28,0 *
Velocidade Máxima ( Km./h ): 130 *
*Revista Parabrisas Nº 66, Junho de 1966